domingo, 28 de março de 2010

Renato Russo: 50 anos!

by Haroldo Gomes


Em uma das muitas canções consagradas que Renato Russo compôs ao lado da Legião Urbana, Tempo Perdido, nela ele afirmava que “... Temos todo o tempo do mundo [...]”. Para ele, o tempo acabou dia 11 de outubro de 1996. Neste sábado (27/3), se vivo estivesse, Renato Russo completaria cinqüenta anos.

Há 14 anos a música, mais especificamente o rock brasileiro, perdeu um de seus maiores expoentes. Dono de uma voz, letras e performances de palco agressivas, ele nos deixou muita saudade, que são preenchidas pelas belas músicas de letras com mensagens profundas, que pelo jeito não vão sair da mente e da boca das pessoas que gostam de boa música.

Ao lado de Dado Villa-Lobos (guitarra) e Marcelo Bonfá (bateria) eles constituíram mais que uma amizade: músicas inesquecíveis, a exemplo de Índios, Quando o Sol bater na Janela do Seu Quarto, Sereníssima, Giz... Do amor de amigos surgiu a Legião Urbana, em 1983. Dado revelou à imprensa esta semana algumas intimidades do tempo em que Renato estava vivo e a banda ocupava o topo das paradas de sucesso. Para Lobos, Renato "deixa saudades e faz uma falta tremenda".

Geração Coca-Cola, título do primeiro trabalha da banda soou bem aos ouvidos do público, afinal, quem não queria gritar livremente após a época de chumbo a que foi submetido o país. Mas quando o segundo trabalho intitulado “Dois” chegou ao alcance dos fãs, a banda guinou definitivamente, então, Renato Russo e os demais integrantes da banda conheceram a consagração profissional e a fama.

Ninguém mais apropriado que Dado Villa-Lobos para descrever como Russo era enquanto estava vivo: “nosso universo era o de uma turma de adolescente que morava em Brasília, um lugar no interiorzão do Brasil, longe do eixo cultural do país. Mas era visível que o Renato era uma pessoa especialíssima que agregava as pessoas e mobilizava geral com um olhar cintilante. O Renato sempre foi essa figura hipnotizante, carismática e muito querida”.

Durante a trajetória da Legião Urbana, há registros da passagem por Belém, em meados da década de 80. Mas, quem foi ao ginásio de esporte teve uma decepção, pois o show não terminou. Renato Russo se preparava para tocar a música Índios, quando alguém do meio do público arremessou uma sandália que atingiu o rosto do líder da Legião. Irritado, Renato saiu do palco e a apresentação acabou ali, para frustração da multidão que lotou o ginásio.

Sem ajuizar valores da obra pelo autor, quem não viu e nem ouviu a banda ao vivo, vale a pena recordar as canções, principalmente, as que compõem os cinco primeiros discos. O legado que Renato e a Legião Urbana deixaram é incomensurável e não tem data de validade, você pode ouvir a qualquer, dia, hora e tempo. A mensagem é presente. Vale a pena conferir!

domingo, 14 de março de 2010

Guns N’ Roses no Brasil

by Haroldo Gomes


Terminou esta semana (16/3), em Porto Alegre, a terceira passagem da banda Guns N’ Roses pelo Brasil. Antes, porém, fez shows em Brasília (onde a apresentação teve início depois de horas de atraso), Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Denominado "Chinese Democracy World Tour" e com formação bem diferente da que alcançou as principais paradas musicais do planeta, a banda ainda é liderada pelo vocalista Axl Rose - bem acima do peso e distante da performance e da voz agressiva que marcou a trajetória da banda durante o fim dos anos 80 e início dos anos 90.

Sem a formação que a consagrou – como, por exemplo, sem a cartola, os cabelos longos e os solos inigualáveis do guitarrista Slash, que faz carreira solo -, cabe aqui comparar a saga de Axl com a do gaúcho Humberto Gessinger – líder dos Engenheiros do Hawaii – ambos, depois que seguiram a carreira solo apenas com o nome da banda que os consagrou estão, sobrevivendo, mas sem a mesma inspiração e qualidade musical.

A turnê que passou pelo Brasil divulga o mais recente álbum do Guns, o "Chinese Democracy", lançado em 2008. Outro fato inusitado da nova fase da banda é com relação à duração dos shows, com duração média de 4 horas. As novas canções não têm a mesma qualidade em letras e melodias, ecoando mesmo durante os shows, os antigos clássicos da banda como: Welcome to the Jungle; Paradise City; Sweet Child O’Mine e November Ryan.

Destaques para a produção de palco, como sempre, impecável e emblemática. A canção que leva o nome da tour “Chinese Democracy”, por alguns instantes faz relembrar os velhor tempos da banda. O vídeio do show em Brasília pode ser conferido através do http://www.youtube.com/watch?v=zjixUVDgCtg.

Entre os dissidentes do que foi ontem e a vontade de elevar o gênero rock é sempre bem vinda, mesmo que para isso, implique repaginar canções moráveis que fizeram e fazem sucesso ainda hoje. É isso que motiva a nova geração e dá sobrevida ao rock.