sábado, 13 de novembro de 2010

As eleições, o ovo e a galinha

Diz um grande líder político de nossa Região que a política correta é a da galinha, pois, quando põe o ovo dá alarde para que todos em sua volta saibam que o ovo é dela.
A equipe de governo de Ana Júlia fez o contrário, quando veio dizer que as obras que tinham sido realizadas eram de seu governo, foi tarde. A ação tardia foi respondida nas urnas, com duas derrotas, em ambos os turnos.
Por outro lado, a mesma equipe escolheu uma banda paraense de expressão nacional para tentar fazer alusão ao slogan da campanha: acelerou, acelerou! É bem verdade que muita gente não liga para a importância do verbo na oração. Mas, ele expressa a ação ou não que o sujeito pratica. Aos mais atentos, neste caso, o verbo está grafado no passado; o coerente seria acelerar, já que o governo não havia acelerado; e agora faltando menos de dois meses para o fim do mandato, muito menos.
Os 'Tucanos' usaram a tática do recurso psicológico, ao repetir o mesmo bordão infinitas vezes, no rádio, na TV e nos carros-som: “Jatene já, 45 já (...)”. Parece tolice, mas eu cheguei a ver e a ouvir até crianças cantando, a prova de que a tática teve o efeito desejado.
Resumindo, a máxima “minta mil vezes que parecerá verdade” funcionou com o PSDB, deixando uma lição para o PT e para as próximas eleições, a de que coisas simples e objetivas são absorvidas com mais facilidade pela massa.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A política, as eleições e os anti-heróis

É difícil concluir se o momento delicado por que passa o cenário político nacional é conseqüência de como os políticos a praticaram ao longo da história política do país, ou se pelos maus exemplos mais recentemente apresentados à sociedade.
Para muitos pretensos candidatos na atualidade trata-se de uma aventura que se colar, colou. Para outros, como o humorista e dublê de cantor Tiririca, que propõe aos eleitores durante seu espaço no horário político gratuito na TV: “vocês sabem o que faz um deputado federal? Eu também não. Mas se for eleito, vou aprender e volto pra dizer pra vocês”.
Tanto em nível local, quanto nacional, percebe-se um total descaso com a arte da política. Muitos prometem o impossível, coisas que não estão na esfera a qual disputam uma vaga, além das propostas absurdas. O básico do básico para um político iniciante é saber a que ele se propõe e se o que está em seu planejamento faz parte dos Poderes Executivo ou Legislativo.
A princípio pode parecer divertido e hilariante bagunçar o horário em que propostas deveriam ser apresentadas ao eleitor que também se propõe a assisti-lo. O descaso com a política pode trazer prejuízos ainda maiores à sociedade. As eleições é um dos momentos que confere ao povo a soberania de escolher seus representantes. Um privilégio conferido a nós, que as sociedades absolutistas e feudais não tiveram. Como lembra o filósofo Rousseau, em o livro “O Contrato Social”.
Embora, muitos não admitam, ainda existem resquícios dos currais eleitorais, do voto do cabresto, entre tantas outras práticas camufladas que dão a muitos políticos o desejado mandato. E isso sim deveria pautar a modéstia de quem sequer sabe o que fazer com o mandato, caso seja eleito.
Muitos brasileiros ainda têm o hábito de misturar quase tudo com futebol ou samba. Pelo viés do futebol, temos a insensibilidade de olhar apenas para quem faz o gol. Ele é o herói! Esquecemos com isso o conjunto da obra.
Na atualidade o país tem o seu goleador, àquele que consolidou a economia do Brasil, pagou a dívida externa, que deu teto e colocou comida na mesa dos brasileiros. Nem de longe, por mais leigo que sejamos sobre o assunto, não devemos dar este mérito a quem esta com mandato, sem antes relembrarmos de seus antecessores. Cada um à sua maneira, mesmo que às vezes não compreendidos; mas que deram suas contribuições.
As pesquisas de opinião pública a respeito das eleições de outubro próximo apontam para uma vitória fácil, no primeiro turno da sucessora do político-goleador. O país que sempre produziu anti-heróis pode estar muito perto de ter o primeiro, caso Lula eleja Dilma. Definitivamente mais um feito para o presidente Lula, que ao longo de quase oito anos conseguiu desvencilhar seu nome da legenda, e diante de momentos de crise – que não foram poucos – ele soltou o verbo alegando que nada viu e que nada sabia sobre o que seus companheiros fizeram. Já que o político-goleador não pode mais ser punido, vale ao menos um puxão de orelha para fazê-lo refletir. (HG)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ária revela um Djavan intérprete, ousado e versátil

by Haroldo Gomes

O título Ária é uma autodefinição da obra, que em essência quer dizer qualquer peça para uma voz. Ou seja, qualquer música para Djavan. Só mesmo ouvindo para defini-lo.

 O CD traz 12 faixas com um Djavan ainda não visto pelo público ao longo dos 34 anos de carreira. Um cantor de voz refinada interpretando grandes nomes da música. Entre eles: Gilberto Gil; Bart Howard; Tom Jobim; Caetano Veloso; entre outros.

Outras peculiaridades permeiam o trabalho, como o retorno do cantor aos estúdios de gravação após três anos ausente. E não se pode afirmar que se trate de um acústico, mas soa bem aos ouvidos a batida de violão, ora casado com baixo, ora com alguns solos de guitarra.

Mesmo para quem não é noveleiro [assim como eu] pode conferir a faixa “Sabes mentir”, que integra a trilha sonora da novela das 20h da Rede Globo.

O próprio Djavan define o trabalho como a realização de um sonho, esse disco aflora todas as minhas reminiscências da infância, da adolescência, da época em que eu era crooner
em boate, e músicas do meu coração de compositores que eu sempre amei. Enfim, um disco que reúne todas essas sensações”.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cyndi Lauper lança novo CD: Memphis Blues

by Haroldo Gomes



A cantora Cyndi Lauper [Cynthia Ann Stephanie Lauper Thornton] retorna à cena musical lançando o 11º álbum de sua carreira com o mesmo desempenho contagiante que marcou o início da carreira, na década de oitenta. Trata-se do CD Memphis Blues. Algumas mudanças permeiam a nova trajetória da cantora, entre elas: a troca de gravadora (saiu da Sony e foi para a Downtown), e o gênero musical.

Este ano a cantora americana completa 27 anos de carreira. Segundo ela: “para mim, a coisa mais importante é ser capaz de fazer música, discos. Sem isso, acho que morreria. Emocionalmente, eu me expresso através da música e isso tem um significado enorme”.
De acordo com Cyndi, o sonho de gravar o atual trabalho vinha se arrastando desde 2004. Segundo ela, o desejo de fazer um registro de blues é da época em que ainda estava na Sony, mas a gravadora não se interessou muito pela ideia.

Dona de uma voz inigualável e aguda, ela cantou e conquistou o público com o hit girls just want to have fun (garotas só querem se divertir), que vendeu 4 milhões de cópias; além de incisiva participação na canção memorável We are the world, de Michael Jackson e Lionel Ritchie.

Outra marca na carreira de Cyndi foi o primeiro álbum: She's So Unusual, com ele, ela se transformou na primeira mulher no mundo a ter cinco singles de um mesmo álbum na Billboard, a parada musical mais importante do mundo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Peculiaridades nos bastidores de A TRIBUNA

by Por Haroldo Gomes

Todo veículo de comunicação que se preze tem que ter suas figuras folclóricas. Ao longo desses 15 anos, em pelo menos a metade pude fazer parte desta família (Moacir, dona Maridalva, Moca e o Ângelo) imbuída em torno do jornal A TRIBUNA. Cada edição tem suas particularidades, e isso por fatores adversos. São tantos que fica para ser contado em outra ocasião. Esta edição, por exemplo, foi planejada de uma forma, mas ao longo do tempo sofreu mudanças de ordem editorial, de encadernação, layout, além da data de circulação.
Volta e meia sou surpreendido por ligações feitas à redação, em geral, são leitores perguntando quando vai sair a edição. Quando há atraso, ou por outra, tecendo criticas com algo que não gostou de ver nas páginas do jornal. Mas tem aqueles que vão muito mais além. Como é o caso do Jorge, gráfico responsável pela impressão do jornal.
Jorge é um sujeito de estatura mediana, alegre e brincalhão, além de ser torcedor exíguo do Paysandu. Seus gestos exemplares são dignos destas recordações nestes 15 anos de A TRIBUNA. Além dos adjetivos devidamente atribuídos, Jorge também funciona como nosso calendário. Explico! Quando está prestes a completar uma quinzena, período de circular do jornal, ele prontamente nos liga: “o jornal tá pronto? Quando passo aí para levá-lo para rodar?”.
Jorge Pedro Souza (artigo: Por que as notícias são como são? Construindo uma teoria da notícia) afirma que a notícia é um todo: que ela começa quando se decide pautá-la, passando pela apuração até a publicação. Baseando-me no pensamento de Pedro Souza, nossos leitores, colaboradores, anunciantes e o Jorge fazem parte do processo de produção de notícia e da grandeza deste jornal.
Muitas das vezes, o jornal ficou pronto próximo a datas comemorativas, ou mesmo de feriados. Ligamos para o Jorge, para ver a possibilidade do jornal se prensado em tempo relativamente curto. E ele sempre nos surpreende arrumando um jeito e nos entregando o jornal em tempo hábil.
Mas Jorge tem um hábito que nos intriga: quando há demora na entrega e queremos saber o que está acontecendo, e ele não atende o celular; e quando o atende, diz que já está chegando, e isso se estende por horas...
É nesse ambiente saudável – numa pequena redação localizada na Avenida Barão do Rio Banco próximo a 1º de Maio – que se fundem a soma de esforços, de superação, de dedicação que cada um da forma mais simples se doa em prol de A TRIBUNA. Desta forma completamos 15 anos, com a certeza de que ainda vamos muito mais longe, contando, claro, com o calor humano de quem tem força de vontade de fazer bem feito aquilo que gosta. No nosso caso, levar a informação que você, leitor, deseja.

Prince retorna aos palcos com novo CD

by Haroldo Gomes

Para quem ainda não ouviu falar e nem teve a oportunidade de ouvir as canções do Prince, aí vai uma dica: ouça o CD Purple Rain (1984), o trabalho sintetiza a carreira do astro da música pop.
Prince Rogers Nelson é um requintado multiinstrumentista, músico e dançarino. Pesa-lhe ainda a capacidade de conseguir mesclar diversos gêneros musicais como funk, R&B, soul, new wave, jazz, Rock psicodélico, pop e hip hop.
Toda esta versatilidade não está só à disposição da música... Após três anos sem lançar um CD, ele retoma a carreira com o disco 20Ten. Segundo ele, não irá disponibilizá-lo para venda no ITunes ou em forma de download. O cantor afirmou ainda que “a Internet está acabada e que, como as empresas não pagam adiantado, ninguém terá o novo álbum”.
O CD foi lançado oficialmente no domingo passado, dia 4. O álbum 20Ten foi comercializado encartado no jornal, mesma ação que fez com o Planet Earth, de 2007. Esta é mais uma demonstração de enfrentamento por parte de muitos artistas com as gravadoras que sempre procuram fazer imposições, nem sempre cabíveis.
A bagagem de Prince vista pelo ponto das parcerias o coloca ainda num patamar mais elevado, na lista, figuram nomes como: Madonna; Cindy Lauper; Kate Bush. Além de Michael Jackson e Lionel Richie.
Já que o trabalho não está disponpivel na rede mundial, o jeito e desembolsar um pouco mais e comprar o CD, afinal, valerá a pena!



Bastidores da Semana

The Strokes adia CD para o ano que vem
Integrantes do The Strokes afirmaram esta semana que o novo disco da banda sai em março de 2011. Ainda de acordo com a banda, metade do álbum já está pronto.

Cantora brasileira grava dueto com Joe do Jonas Brothers
A cantora brasileira Jullie, 22 anos, gravou com Joe, da banda Jonas Brothers a versão brasileira da faixa Wouldn´t Change a Thing, o hit faz parte da trilha sonora do filme Camp Rock 2: The Final Jam, da Disney. Os dois formam ainda a dupla de atores principais da trama.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Radiohead anuncia novo álbum


By Haroldo Gomes

Os adeptos do som produzido pelo Radiohead devem ficar antenados. Depois de três longos anos sem gravar, o guitarrista Ed Obrien declarou esta semana que a banda está concluindo o novo disco. E que deverá ficar pronto nas próximas semanas. O último álbum da banda foi o In Rainbows, de 2007.

Obrien declarou ainda que sempre há um sentimento de que a "linha de chegada" na hora das gravações parece estar muito longe, mas neste caso ele sente que o momento se aproxima. Considerando que é um processo criativo, o guitarrista afirmou que há "picos de energia" e momentos onde as coisas se desaceleram.

Peculiaridades - de origem inglesa, formada em 1988, o Radiohead produz um rock alternativo pra lá de criativo, soma-se aisso a voz inigualável de Thom Yorke (que, além disso, toca guitarra e piano), completam a banda Jonny Greenwood (guitarra), Ed O'Brien (guitarra), Colin Greenwood (baixo, sintetizador) e Phil Selway (bateria e percussão).

O In Rainbows sétimo álbum da banda foi lançado distante da gravadora EMI. Uma das formas encontrada pela banda foi a intenet, onde as músicas foram comercializadas por meio de download digital, pelo qual os compradores escolhiam o quanto queriam pagar. Certamente uma forma criativa de protestar com o monopólio das grandes gravadoras e selos. Por enquanto não foi anunciada se a comerciliazação será da mesma forma, ou se será por algum outro selo.

Agora é aguardar para conferir!

domingo, 28 de março de 2010

Renato Russo: 50 anos!

by Haroldo Gomes


Em uma das muitas canções consagradas que Renato Russo compôs ao lado da Legião Urbana, Tempo Perdido, nela ele afirmava que “... Temos todo o tempo do mundo [...]”. Para ele, o tempo acabou dia 11 de outubro de 1996. Neste sábado (27/3), se vivo estivesse, Renato Russo completaria cinqüenta anos.

Há 14 anos a música, mais especificamente o rock brasileiro, perdeu um de seus maiores expoentes. Dono de uma voz, letras e performances de palco agressivas, ele nos deixou muita saudade, que são preenchidas pelas belas músicas de letras com mensagens profundas, que pelo jeito não vão sair da mente e da boca das pessoas que gostam de boa música.

Ao lado de Dado Villa-Lobos (guitarra) e Marcelo Bonfá (bateria) eles constituíram mais que uma amizade: músicas inesquecíveis, a exemplo de Índios, Quando o Sol bater na Janela do Seu Quarto, Sereníssima, Giz... Do amor de amigos surgiu a Legião Urbana, em 1983. Dado revelou à imprensa esta semana algumas intimidades do tempo em que Renato estava vivo e a banda ocupava o topo das paradas de sucesso. Para Lobos, Renato "deixa saudades e faz uma falta tremenda".

Geração Coca-Cola, título do primeiro trabalha da banda soou bem aos ouvidos do público, afinal, quem não queria gritar livremente após a época de chumbo a que foi submetido o país. Mas quando o segundo trabalho intitulado “Dois” chegou ao alcance dos fãs, a banda guinou definitivamente, então, Renato Russo e os demais integrantes da banda conheceram a consagração profissional e a fama.

Ninguém mais apropriado que Dado Villa-Lobos para descrever como Russo era enquanto estava vivo: “nosso universo era o de uma turma de adolescente que morava em Brasília, um lugar no interiorzão do Brasil, longe do eixo cultural do país. Mas era visível que o Renato era uma pessoa especialíssima que agregava as pessoas e mobilizava geral com um olhar cintilante. O Renato sempre foi essa figura hipnotizante, carismática e muito querida”.

Durante a trajetória da Legião Urbana, há registros da passagem por Belém, em meados da década de 80. Mas, quem foi ao ginásio de esporte teve uma decepção, pois o show não terminou. Renato Russo se preparava para tocar a música Índios, quando alguém do meio do público arremessou uma sandália que atingiu o rosto do líder da Legião. Irritado, Renato saiu do palco e a apresentação acabou ali, para frustração da multidão que lotou o ginásio.

Sem ajuizar valores da obra pelo autor, quem não viu e nem ouviu a banda ao vivo, vale a pena recordar as canções, principalmente, as que compõem os cinco primeiros discos. O legado que Renato e a Legião Urbana deixaram é incomensurável e não tem data de validade, você pode ouvir a qualquer, dia, hora e tempo. A mensagem é presente. Vale a pena conferir!

domingo, 14 de março de 2010

Guns N’ Roses no Brasil

by Haroldo Gomes


Terminou esta semana (16/3), em Porto Alegre, a terceira passagem da banda Guns N’ Roses pelo Brasil. Antes, porém, fez shows em Brasília (onde a apresentação teve início depois de horas de atraso), Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Denominado "Chinese Democracy World Tour" e com formação bem diferente da que alcançou as principais paradas musicais do planeta, a banda ainda é liderada pelo vocalista Axl Rose - bem acima do peso e distante da performance e da voz agressiva que marcou a trajetória da banda durante o fim dos anos 80 e início dos anos 90.

Sem a formação que a consagrou – como, por exemplo, sem a cartola, os cabelos longos e os solos inigualáveis do guitarrista Slash, que faz carreira solo -, cabe aqui comparar a saga de Axl com a do gaúcho Humberto Gessinger – líder dos Engenheiros do Hawaii – ambos, depois que seguiram a carreira solo apenas com o nome da banda que os consagrou estão, sobrevivendo, mas sem a mesma inspiração e qualidade musical.

A turnê que passou pelo Brasil divulga o mais recente álbum do Guns, o "Chinese Democracy", lançado em 2008. Outro fato inusitado da nova fase da banda é com relação à duração dos shows, com duração média de 4 horas. As novas canções não têm a mesma qualidade em letras e melodias, ecoando mesmo durante os shows, os antigos clássicos da banda como: Welcome to the Jungle; Paradise City; Sweet Child O’Mine e November Ryan.

Destaques para a produção de palco, como sempre, impecável e emblemática. A canção que leva o nome da tour “Chinese Democracy”, por alguns instantes faz relembrar os velhor tempos da banda. O vídeio do show em Brasília pode ser conferido através do http://www.youtube.com/watch?v=zjixUVDgCtg.

Entre os dissidentes do que foi ontem e a vontade de elevar o gênero rock é sempre bem vinda, mesmo que para isso, implique repaginar canções moráveis que fizeram e fazem sucesso ainda hoje. É isso que motiva a nova geração e dá sobrevida ao rock.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

De Judas a Roberto Arruda

by Haroldo Gomes


O site Políticos & Políticas (http://politicos.br101.org/gov-jose-roberto-arruda.html) segundo descrições de seus idealizadores, o mesmo objetiva abrir espaço democrático e transparente a todos os interessados em discutir a atuação dos políticos brasileiros. Qualquer internauta pode postar comentários para o político que desejar, contudo, quem está em evidência, no momento, é o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Agora, sem liberdade, sem partido e sem poder...

Dois comentários postados no site dimensionam o pensamento dos brasileiros acerca do assunto. O primeiro, sob o título indignação: “Caros cidadãos Brasilienses, é carregado de ira que deixo o meu manifesto a respeito desses salafrários, escroques, e tantos outros adjetivos cabíveis a essa raça inescrupulosa que consome os nossos impostos a bem próprio e não se importam pelo menos em fazer o dever de casa, como, saúde, educação, e segurança, o básico para o cidadão”. O Segundo, quero trabalhar: “governado Arruda, tenho 30 de Brasília, e venho através deste comentário pedir um emprego. Sou motorista categoria D. Estou desempregado há oito meses porque tenho o nome sujo na praça; gostaria que com ajuda de DEUS e de você que arrume um emprego para mim. Meu nome é Djalma Barbosa da Cunha Junior”.

Os pensamentos e manifestações de indignação expressos por leitores-cidadão em sites, blogs e seções de cartas de revistas e jornais impressos são as vozes da sociedade que dão suporte ao aprimoramento da democracia, além de instigar a opinião pública, provocam também o posicionamento dos poderes constituídos.

A época que vivemos, segundo os preceitos da Igreja Católica, requer abstinência. Arruda está sendo mantido em cárcere porque é avarento demais e de acordo com o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) representa entrave às investigações.

Arruda no momento concorre só ao posto de Judas. Mas a lista de políticos que não fazem abstinência e que cometem crimes iguais ou piores seja tão grande quando a do governador afastado de Brasília. Até o presidente Luis Inácio Lula da Silva atacou de moralista ao declarar “que o que está acontecendo com Arruda sirva de exemplo para que não possa mais se repetir”. À prova de que Lula está disposto se preciso for cortar a própria carne, está no envio ao Congresso Nacional de um projeto de lei que transforma crime de corrupção em crime hediondo. Segundo o presidente, “precisamos ser mais duros com a corrupção, com o corrupto e com o corruptor”.

O que isso implica dizer?

Que se a lei sair do papel, a cultura do jeitinho brasileiro (corruptor) vai levar muita gente para a cadeia. É preciso que sejam revistos velhos hábitos. Caso contrário, Arruda não será o único a ficar preso e a animar a tradição da malhação de Judas.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

“Swingado”: novo CD de Ney Conceição


by Haroldo Gomes

O baixista paraense Ney Conceição esteve em Castanhal, no sábado (6), realizando show de lançamento de seu novo CD, intitulado “Swingado”.
Os poucos músicos, simpatizantes e fãs da boa música puderam acompanhar de perto as 10 canções que fazem parte do trabalho do músico paraense. A apresentação foi memorável. Após o show, Ney, que é dono de uma simpatia singular, autografou CDs e posou para fotos com os fãs. Durante um bate-papo, Ney nos revelou que não mais faz parte da banda do cantor João Bosco, e que agora está focado em seu trabalho autoral.

Alguns músicos castanhalenses lamentaram a falta de prestígio com o artista paraense, como é o caso do também baixista Jean Trindade, “é inadmissível a falta de consideração com o Ney. Faltou divulgação, creio que isso foi decisivo para que o público não comparecesse em bom número”, declarou.

O novo trabalho de Ney é patrocinado pela empresa castanhalense Dismelo através da Lei Semear e a Fundação Tancredo Neves. Castanhal foi a oitava cidade a receber e a conhecer o talento de um dos gênios da música popular brasileira da atualidade.

O título do CD fala por si só, e revela um Ney compositor e arranjador mais agressivo. Completam a banda que o acompanha na turnê pelo país os músicos: Lúcio Vieira (bateria), Célio Vulcão (teclado), Zé Canuto (sax, barítono e soprano), Dadadá Castro e Robertinho Silva (percussão).

“Swingando” é um presente para enriquecer o acervo da MPB com ritmos latinos. Salsa, samba e bossa permeiam o trabalho, que é recomendável para quem gosta de música instrumental de qualidade.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Geraldo tem sonhos ainda maiores sobre duas rodas

                                              
by Haroldo Gomes

O amor de Geraldo Souza Júnior pelo esporte sobre duas rodas começou quando ele tinha 12 anos. Tudo por conta do pai, seu Geraldo Souza (hoje, aos 61 anos), que costumava participar de corridas de bicicletas em datas comemorativas em Castanhal, como o 7 de setembro e 15 de novembro. Desta forma, ele e os outros irmãos foram seguindo o exemplo do pai, daí por diante não pararam mais de competir e de buscar melhores resultados através do esporte. Dos quatro irmãos que começaram, hoje, apenas Getúlio e Geraldo perseveram no ciclismo.

Somente aos 16 anos foi que Geraldo começou a competir, e de forma inusitada. O irmão, Gilson, não conseguiu completar a prova de que participava. Como os dois são parecidos e usavam o mesmo uniforme, meio que no impulso, Geraldo pegou a magrela e deu sequência à prova, parando duas voltas depois (risos ao lembrar do fato). Depois vieram outras compe-tições mais organizadas em outros municípios da região, das quais ele e seus três irmãos sempre se esforçaram para participar, muitas das vezes sem patrocínio. Houve momentos em que para eles competirem precisaram montar as magrelas emprestaando peças das bicicletas de amigos.

Humilde e de família que mora na agrovila Boa Vista, em Castanhal, Geraldo (29 anos) sabia que os obstáculos seriam superados com o tempo, a prova disso, foi a sua indicação há dois anos para participar de uma equipe de ciclismo no interior de São Paulo. Para chegar lá, contou com o apoio incondicional da esposa Amanda Suzana e da família.

Para muitos que viram e ouviram o nome de Geraldo Souza ecoar durante a chegada na reta final da prova e durante a premiação, no domingo (3 de janeiro), em Interlagos, trata-se de um simples atleta que levou sorte. Mas basta acompanhar o dia-a-dia dele para perceber que Geraldo respira ciclismo. Mesmo de férias, não deixou de treinar todos os dias, já pensando nas competições que vai disputar ainda este mês.

Sem o tradicional uniforme, bem à vontade na sala da casa da família, na véspera da viagem de volta a São Paulo, ele me recebeu para esta entrevista onde revela detalhes do bom momento que vive no esporte e também para mostrar sua indignação com relação à falta de apoio do empresariado local.

Haroldo Gomes - Pelo fato de você, no começo da carreira, treinar no intervalo do almoço – em pleno meio-dia - e de ser considerado doido por muitos, foram os motivos que o levaram a perseverar no esporte?

Geraldo Souza – Também. Era o único horário disponível que eu tinha para treinar, já que à noite eu estudava. E se furasse o pneu, eu sabia que ia chegar atrasado ao trabalho. Eu ia geralmente a Santa Izabel, a cada semana eu tentava baixar o tempo. Sempre procurando melhorar o índice.

HG – Tudo que está se passando na sua cabeça deve ser como um filme com final feliz. Antes da prova, você imaginava que o desfecho poderia ser este?

Geraldo Souza – Já. Eu sei qual é a repercussão de uma prova como a Copa América de Ciclismo para quem vence. Na ida para o local da competição, eu estava muito pensativo, e também um pouco chateado. Eu queria levar minha esposa para lá, mas o treinador não permitiu. Durante o percurso, eu lembrei que o meu grande sonho era pelo menos completar a prova. Já que todos os outros atletas do Pará que foram, jamais conseguiram completá-la. E eu imaginei como seria o sabor de vencer a competição. O meu grande sonho então era vencer esta competição e fazer diferente. Eu senti que poderia vencer já que este é o meu tipo de prova e eu estava bem preparado. Na véspera da prova, ficou decidido que os outros colegas da equipe iriam trabalhar para que pudesse vencer. Procurei estar sempre entre os primeiros, para que ao final eu pudesse dar aquela arrancada para a vitória.

HG – Geraldo, você saiu do anonimato para escrever seu nome na história do ciclismo do Pará e do Brasil. Como você pretende administrar as futuras cobranças?

Geraldo Souza – Trabalhando, e claro, focando as outras competições ao longo do ano. Eu treino forte todos os dias para vencer, mas sei que nem sempre isso é possível, e sei também que se não obtiver resultados tão expressivos, as pessoas vão entender.

HG – A partir de segunda-feira, voltam as rotinas dos treinos. Quais e onde serão as próximas competições?

Geraldo Souza – Dia 24 deste mês tem competição em Poços de Caldas, em Minas Gerais. E de 3 a 7 de fevereiro, o Torneio de Verão, em Santos (SP). E no final de Fevereiro, a competição mais importante: Giro no Interior, são cinco dias de competição, também em São Paulo.

HG – Se houver mais investimentos no ciclismo, você acredita que outros atletas paraenses podem chegar aonde você chegou?

Geraldo Souza – Claro que sim. Aqui tem muitos atletas com potencial enorme. Lá em São Paulo, tanto as empresas quanto as prefeituras procuram os atletas para patrocinar. Aqui, é completamente diferente. Apenas o prefeito Hélio Leite tem se sensibilizado com o esporte. Só para você ter uma idéia, eu estou aqui há 15 dias, nenhum empresário de Castanhal me procurou para perguntar se eu preciso de apoio. Isso me indigna muito. Comigo deu certo porque eu fui na cara e na coragem; mas sei que muitos não têm a mesma disposição.

HG – Se houver uma maior organização, num futuro breve, você pensa em vir a competir representando Castanhal?

Geraldo Souza – Claro que sim. Se houver apoio das empresas e as equipes se profissionalizarem, passando a pagar um salário digno aos atletas, material de treino e de competição será muito melhor competir representando a minha cidade, o meu Estado.

HG – É possível recordar um momento durante sua trajetória em que você pensou em desistir e por quê?

Geraldo Souza – Assim que eu casei, ficou difícil manter o esporte e a família. Piorou quando a esposa engravidou. Eu ganhava muito pouco. Durante esta fase, aqui no Estado, eu ganhei todos os títulos que podia ganhar, fui pentacampeão paraense e nunca fui reconhecido. Pra piorar, a SEEL tirou a minha bolsa de incentivo para treinar. Mesmo assim, minha esposa sempre incentivou, às vezes, a gente deixava de compra alguma coisa para casa, para a filha Samantha Gabrielly (hoje com 1 ano e seis meses) para comprar peça para a bicicleta para que eu pudesse competir.

HG – Geraldo, você é muito focado ao esporte que pratica. Mesmo de férias você treina todos os dias, este é o segredo do sucesso?

Geraldo Souza – Eu fico agoniado se passar dois ou três dias sem treinar. Fiz um esforço tremendo para trazer minha bicicleta. Não treinei muito, mas o suficiente para manter a forma, isso é que é importante, estar sempre bem focado nos objetivos. Só para se ter uma idéia, para a Copa América eu treinei durante o Natal e Ano Novo. Se não houver abdicação de alguns prazeres o objetivo não chega nunca.

HG – Com tanta dedicação assim, pode-se esperar ainda muitos resultados bons ao longo deste ano?

Geraldo Souza – Claro que sim. Eu estou bem, treinando forte. Durante estes dois anos lá fora ganhei mais experiência e ritmo para competições importantes. (HG).