terça-feira, 16 de agosto de 2016

CRÔNICA DA SEMANA_16_08_2016_THO HG

Exercitando manias no fim de semana prolongado
Por Haroldo Gomes 

Com a vida corrida do dia a dia, além do salário no fim de cada mês, existem outros sonhos de consumo do trabalhador, um deles é aquele descanso merecido. Mas isso só é possível de fato quando há feriado prolongado, como o desta segunda-feira (15 de agosto). Quando isso ocorre é certeza de pernas pro ar. Os feriados quando caem na sexta ou na segunda-feira é algo tão esperado quanto o décimo terceiro salário.
Mesmo jogado no sofá ou na rede, sempre vem àquela mania de mexer nas gavetas. Ao revirá-las é inevitável não encontrar o que nem sabia ao certo o que procurava. Quem procura acha! Eu, por exemplo, cansei de ver a maioria indo às compras em busca do presente do pai, enquanto outros se deslocavam rumo ao litoral; mas no vira e revira acabei encontrando dois CD’s antológicos que há muito não os ouvia: uma coletânea de Toquinho e o álbum duplo The Wall, do Pink Floyd.
Em tempos Olímpiadas, um olho na gaveta, outra na televisão. Enquanto isso, no Rio, uma derrota no basquete, um empate no handball e a expectativa para a desconfiada seleção de Neymar mais dez, que prometia no fim de noite. Mas voltemos aos CD’s que era do que falara anteriormente em meio ao ócio remunerado merecido.
O meu exemplar do Pink Floyd estava empoeirado e sujo dado ao tempo em desuso. Quando passei a vista na capa é que me dei conta de que ele está datado a oito de março de 1996. E lá se foram duas décadas! Mexer em coisas antigas sempre me leva ao encontro com as reminiscências. Também faz parte do descanso lembrar algumas coisas boas ocorridas em minha vida. Em alguns casos, revigora muito mais. O álbum é duplo, mas, só um ainda tem algumas faixas que se pode ouvir sem que o leitor não pule, devido ao uso excessivo. Psicodelismo musical na pele!
Descanso combina também com boa música. Como admirador da produção musical brasileira e do gênero Música Popular Brasileira não poderia faltar no acervo obras de Toquinho. Refazendo audições em uma coletânea encontrei a canção “Carta a Tom”. Que me permitiu viajar pelo desabafo das coisas atrozes que até hoje nos acomete. A letra da música se funde à poesia com o clamor pelos valores morais que caíram em desuso. Tanto que chega ao ponto de sugerir que “... só resta uma certeza, é preciso acabar com essa tristeza, é preciso inventar de novo o amor...”.
E por falar em amor, o domingão foi Dia dos Pais. Sem grandes alerdes, exceto pelo apelo comercial, foi dia de lembrar meu velho pai que não está mais neste plano; e de mim, que também sou pai. Se os presentes materiais não vieram, pelo menos, ganhei um dia a mais para descansar, afinal, hoje a vida volta ao normal e outro fim de semana prolongado para exercitar essas e outras manias só no ano que vem. Enquanto isso, revigorado para a labuta dos dias que virão.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

CRÔNICA_DA_SEMANA_04_18_2016_THO HG

O mês do (des)gosto promete!
Por Haroldo Gomes
O mês de agosto chegou! São os primeiros dias, a primeira semana. E o que isso tem a ver com sorte e azar? Aparentemente nada! Depende mesmo da superstição de cada um. É que virou mania postagens com mensagens de textos e imagens circulando nesse início de semana nas redes sociais e aplicativo de mensagens instantâneas viralizando estereótipos ao oitavo mês do ano.
Tudo não passa de crendice. Em Portugal, as mulheres não casavam em agosto, na época em que os navios das expedições zarpavam à procura de novas terras. Casar em agosto significava ficar só, sem lua-de-mel e, às vezes, até mesmo viúva. Já na Alemanha, as mulheres não acreditam no poder mágico da superstição. Tanto que lá, as moças sonham casar no mês de agosto. Na Argentina, não é aconselhável lavar a cabeça durante todo o mês de agosto. Quem lava a cabeça em agosto está chamando a morte.
Crendices a parte, o mês do azar vai registrar muitas coisas boas, como o Dia dos Pais; e aqui, no Pará, no dia 15, uma segunda-feira, correrá um feriado prolongado. E para quem torce pela moralidade política do país está aguardando fatos importantes. Como o impedimento da continuidade na vida política de Dilma Rousseff e Eduardo Cunha.
Agosto é o mês do desgosto é um trocadilho advindo da cultura nordestina que se soma com o mais conhecido que caiu no gosto popular: “a gosto de Deus”, dando conta de que tudo fica por conta do acaso. Um exagero metafórico.
Quanto aos nomes dos meses do ano, cada um tem os seus porquês historicamente falando. É sabido que os romanos deram ao mês o nome de agosto, numa homenagem ao Imperador Augusto. Quando ao mito do azar, ele chegou ao Brasil trazido pelos colonizadores portugueses. E pelo jeito ele viralizou e ganha cada vez mais adeptos.
Crenças e superstições a parte, fato é que o tempo é mês não vão parar. Só não dá para afirmar se a seleção de Neymar vai conquistar o título que lhe falta. Muito menos se Dilma vai voltar, ou ainda se o choro sem lágrimas de Cunha foi capaz de contagiar seus pares e absolvê-lo. Só uma coisa é dada como certa: o mês de agosto tem dia e hora para acabar, que é em 31, às 23 horas e 59 segundos. Até lá, muitas coisas ainda vão acontecer, de preferência que seja mais as coisas boas.