sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

CRÔNICA DA SEMANA_11_12_2015_HG

O Natal que não merecemos!


É necessário (em casos extremos) chegar ao fundo do poço para que se possa refletir, perceber, onde houve e/ou há erros e desta forma tentar consertá-los. Nem sempre é possível, mas sempre bom tentar, para descarrego de consciência. Quando essa premissa é na politica a fórmula raramente ocorre nessa ordem. Isso quando ocorre!
O descrédito da classe política brasileira atingiu seu ápice. Não seu fim! Uma construção que perdura mais de 200 anos. Certamente os congressistas não terão os festejos de fim de ano dos mais tranquilos. Corrupção pra lá, cassação pra cá, obstrução aqui, protela ali e o clima de indefinições política se reflete na economia, e o país está do jeito que está...
Em meio às incertezas, o cenário revela a cada dia novos personagens graúdos envolvidos em casos de corrupção, e sem espaço para mais nada que não seja o impeachment da presidente Dilma e a cassação do presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha, o país parou literalmente.
As brechas jurídicas ajudam as manobras politicas a se arrastarem por muito tempo, ao ponto de concordar com Nelson Rodrigues, “muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”, como os que estamos presenciando. Até quando?
Empurra, empurra, dedo em riste, bate boca, acusações, agressões. A arte da política não é uma tarefa fácil, afinal, principalmente quando está em jogo a manutenção do poder. Errar é imperdoável. Entretanto, o pensamento de Hubert Humphrey ameniza a situação tão corriqueira no país: “errar é humano. Culpar outra pessoa é política”.

Ao fundo chegamos: quando sairemos? - Eis a questão! O que se sabe é que toda democracia passa por ajustes; mas é preciso antes de tudo tirar lições para superar os desafios vindouros. Os nossos de certo não vão parar por aqui... O clima natalino, mesmo o país em recessão, sugere festa e comemorações, e também reflexões!##THO HG

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

CRÔNICA DA SEMANA_02_12_2015_HG

Ajudar preso a fugir de cadeia passou a ser ajuda humanitária!
Pouquíssimas pessoas, em nosso país, conhecem e tem intimidade com as figuras de linguagem e suas funções, embora as usem sem se dar conta. Uma tem se destacado ultimamente pela forma como criminosos, políticos ou mesmo aqueles que são adeptos do jeitinho brasileiro para escapar de alguma situação embaraçosa. Claro que estou me reportando ao eufemismo.
O ainda senador da República Delcídio do Amaral (PT-MT), em sua defesa, alegou que o plano de fuga de um presidiário e amicíssimo seu, Nestor Ceveró, fora por questões humanitárias. Claro, uma tática eufemística de seu advogado, que aparentemente não vai colar. Creio!
É por questões humanitárias como essa que a bandidagem declarada só este ano já tentou pelo menos umas cinco vezes sem sucesso até agora, em planos audaciosos tirar seus próceres de casas penais de nosso Estado. O brasileiro tem a staff de ser bonzinho mesmo; mas essa nova forma humanista de arquitetar e ajudar empreender fuga de bandidos de cadeias fere os princípios constitucionais. Ou seja, é crime!
Maus exemplos como o praticado pelo senador acabam virando cultura, viram banalidade. Na semana passada mais uma tentativa de resgate humanitário foi registrado em uma casa penal do estado que mostrou pra todos verem parentes falando com seus apenados via celular. Isso, celular dentro do presídio! Como assim? Por quê? Uma representação, como a ocorrida com o vazamento de cópia da delação premiada de Nestor Ceveró para o banqueiro André Esteves. Parece replay, mas não é!
O que não é nenhum eufemismo, e sim um pleonasmo, é a fragilidade do sistema carcerário e das polícias no atual cenário. Esses sim precisam de ajuda humanitária; do contrário, todos em potencial somos ou seremos bandidos travestidos de humanitários, face à forma como estão subvertendo os valores.
Para quem teve até dias atrás a liberdade plena e o gozo do poder de representar seu estado no Congresso Federal, agora, alega claustrofobia da prisão; que não seja motivo de liberação para que ele cumpra prisão domiciliar.
Se a justiça acatar a defesa do ainda senador Delcidio do Amaral, o sistema carcerário caminha para o fim, já que todos que têm um parente ou amigo cumprindo pena deverá planejar suas fugas das cadeias: claro que as pessoas de bom senso repudiam atitudes como essa, praticada pelo senador. Estamos assistindo a mais um ato de cinismo e desfaçatez praticada por um de nossos honoráveis representantes engravatados.
A pergunta que não quer calar: até quando vamos assistis situações como essa?##THO HG