quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Gerir para não interferir


O substantivo GESTÃO está em voga e ganha cada vez mais destaque em todas as áreas. Em tempos de crise, aplicá-la ao atual contexto é uma necessidade, ou pelo menos uma alternativa para amenizar. A final, como gerir a falta de emprego, de oportunidades, de salário, de motivação para superar o momento crítico?
A língua está em constante movimento, e nós, os falantes, contribuímos diretamente para esse processo contínuo. A maioria das expressões nasce como um mero acaso, ou mesmo intencional. Quando as percebemos, já caiu no gosto popular.
Alguns termos nascem atrelados a determinados conceitos. E de alguma forma tornam-se comuns com a sua utilização ao longo do tempo. O verbete gestão, por exemplo, não é tão novo assim. Segundo estudos, ele advém do período pós-Revolução Industrial. Que quer dizer um ramo das ciências humanas que lida com grupo de pessoas, procurando manter a harmonia entre elas, as estruturas e os recursos existentes.
Ainda no plano das significações, segundo o Aurélio, gestão quer dizer gerenciamento, administração, onde existe uma instituição, uma empresa, uma entidade social de pessoas, a ser gerida ou administrada. Portanto, se levarmos em conta que a família é uma instituição, como geri-la em momentos de crise, como agora? Se errar, titia Dilma retira a bolsa!
Para a maioria das famílias ainda não há estudos e soluções que apontem para uma solução aparente, além de ter que contribuir pagando mais impostos ao governo; nas demais áreas, todos buscam a todo custo reduzir gastos, economizar, otimizar a logística e obter lucro, alcançar o sucesso. Nessa busca desenfreada, até os sentimentos entraram para a lista da gestão.
A temática motivou até o renomado escritor do gênero literário de autoajuda, Augusto Cury, a escrever um livro sob título “Gestão da Emoção”. O qual versa sobre dicas de como gerir bem as emoções, o gasto desnecessário de energia e dá dicas de como trabalhar e expandir as habilidades vitais da inteligência.
Pode ser que a leitura abra não só a mente, como traga o equilíbrio necessário para gerir as emoções e desta forma nos leve a superar a decepção de ter que deixar o status de classe média, de viajar para a Europa e aos Estados Unidos, de ter que tirar o filho da escola particular e devolver à escola pública. Tudo que é bom dura pouco!?
De fato gestão é mesmo útil, até mesmo para gerir arrependimentos. Que o diga a banda baiana Camisa de Vênus, lá nos idos dos anos 1980, ela tinha o discurso de que “o Brasil e o mundo só mudariam o dia que a mulher tomar o poder, tem mais tato, sensibilidade, mais carinho (...)”. A doce ilusão chegou, e não está sendo como se havia pensado. Mudar, só se as conveniências políticas deixarem, do contrário, vamos precisar bem mais da gestão como ferramenta de ajuda das emoções, e quando o assunto for politica, melhor deixar a questão de gênero de fora.
Imagino que na busca por soluções você andou participando de palestras motivacionais, em que o palestrante com aquele discurso otimista de sempre lhe contou que é na crise que se consegue descobrir boas ideias para a superação. Pois bem, se você decidiu vender lenços porque todo mundo está chorando, é bom lembrar que as lágrimas com o tempo cessam, e que na hora de pagar o lenço não abuse dos recursos dos programas sociais. Os excessos das pedaladas fiscais vieram à tona e pode por um fim à farra. A solução: GERIR para não interferir! ##THO HG

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

CRÔNICA DA SEMANA_08_10_2015_THOHG

Quem vai pagar a conta?

Se vivo estivesse, Freud explicaria o momento crítico por que passam a economia e a política brasileira? Até bem pouco tempo atrás o país vivia uma prosperidade aparentemente inatingível: sem miséria; sem fome; sem pobreza; chegando até a emprestar dinheiro aos companheiros de outros países.
Para quem pensa que as coisas estão soltas no mundo, engana-se. Relativamente tudo está conectado, há uma ligação, ou mais de uma. De uma forma ou de outra: com a causa, ou com o efeito.
A violência, por exemplo, é um fantasma iminente. Na condição de animais racionais não fomos preparados para conviver com a barbárie. Mas ela vem atingindo níveis altíssimos, ao ponto de ser definida como guerra urbana sem precedentes. O que isso tem a ver com a economia e a política?
Isso porque ao falar de crise econômica, fala-se de redução de consumo. O dinheiro não circula, e por conta disso muitas pessoas perdem seus empregos, e, no desespero, muitos se inclinam ao mundo do crime, das drogas. Contribuindo para o aumento da violência e das estatísticas.
Nos últimos meses temos assistido perplexamente a centenas de ondas de crimes e assaltos em séries. A maioria dos assassinatos com características de execução sumária. O mundo do crime por mais abominável que seja, tem suas próprias leis. Em geral, quem deve paga com a própria vida.
Mesmo o momento sendo crítico, nem de longe o país vive algo como o Crack de 1929, quando houve a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, que levou centenas de pessoas no desespero a atentaram contra a própria vida; e muito menos com os planos mirabolantes do Governo Sarney. Contudo, o brasileiro perdeu o otimismo, e não se fala numa recuperação de retomada de crescimento econômico em curto prazo.
O governo e sua equipe ministerial só falam em aumentar ainda mais a carga tributária para arrecadar fundos para tapar o rombo da dívida pública em 2016, cifras que ultrapassam os R$ 30 bilhões.
Os três Poderes – que deveriam ser harmônicos – não se entendem e travam uma batalha ideológica em torno de suas conveniências. Enquanto não há dinheiro para reajuste salarial dos servidores públicos, vários órgãos estão em greve.
Cortar a própria carne requer sacrifícios. Mas isso é coisa obstante, fora de cogitação. Barganhas e mais barganhas... Ministros do STF aprovam reajuste de seus salários, enquanto o Senado compra carros de luxo; isso sem contar o que sai pelos ralos da corrupção. 
Não existem milagres econômicos. Poupar e o uso racional do dinheiro público ainda são os caminhos mais simples, a outra, é seguir os conselhos dos economistas: gastar menos do que se arrecada, sempre. Neste quesito, os governos são irredutíveis. Desta forma, gerando saldos negativos, e a conta, acredite, sempre será debitada para o contribuinte. 
Com tantos programas sociais, ajudinhas (pedaladas) a setores mais privilegiados que outros seria miopia não prever que uma hora iria faltar dinheiro. Por conta isso, o retorno da inflação era só uma questão de tempo.
O brasileiro é conhecido pela forma como dá um jeitinho em tudo; só que o momento exige muito mais que isso. Por outro lado, difícil prever o caminho deste cenário de crises, muito menos se o país seguirá o destino da Grécia. Por enquanto, melhor seguir a dica do cantor Ivan Lins: “Desesperar jamais, aprendemos muito nesses anos, afinal de contas não tem cabimento, entregar o jogo no primeiro tempo...”.##THO HG

sábado, 3 de outubro de 2015

Reportagem da Semana_3_10_2015

Usuários de álcool e drogas ganham um 
aliada no tratamento, a horta terapêutica

Para quem pensa que as atividades agrícolas se limitam apenas à zona rural e a plantar, cultivar e colher, esta completamente enganado. Uma experiência inovadora desenvolvida pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II), de Santa Izabel do Pará, no Nordeste paraense, mostra que essa atividade pode ser usada para muitos fins, inclusive como terapia.
O projeto entrou em funcionamento esta semana, e foi batizado como Horta Terapêutica. As técnicas de plantar, cultivar e colher estão sendo usadas como terapia no tratamento de 60 usuários assistidos pelo Centro. A horta tem 556 m² e nas leiras estão sendo cultivadas culturas como a alface, xero verde, pepino, couve, quiabo, feijão e abobora.
Jorge Luiz, de 33 anos, é um dos usuários do Centro. Há quatro anos ele luta para se livrar do vício do alcoolismo em definitivo, segundo ele, “este projeto é muito gratificante, não só para mim, como para meus colegas. Agora, a gente ocupa a mente com outras coisas. Eu entendo que o tratamento não pode ser limitado apenas aos remédios”. Além disso, o projeto tem também o caráter social, que está sendo encarado por muitos usuários como uma oportunidade profissional, “lá fora, a maioria das portas das oportunidades esta fechada para a gente, com as técnicas aprendidas aqui, nós podemos usar como uma profissão e tocara vida dignamente”, completa Luiz.
A horta terapêutica está sendo desenvolvido por meio de uma parceria entre as Secretarias de Saúde e Agricultura do município. De acordo com a enfermeira e coordenadora do Caps, Adriana Oliveira, “eu tenho percebido que eles estão ansiosos e felizes com o projeto; e eu, otimista com relação aos resultados, essa é uma forma diferenciada de tratamento. A ocupação de forma produtiva é importante para cada um dos usuários ao longo do tratamento. Essa uma conquista importante no processo para a ressocialização”.
Por enquanto, a produção colhida vai direto para a panela como complemento do cardápio dos próprios usuários do Centro. Todavia, a coordenação do Caps estuda uma forma de comercializar os produtos, e o que for arrecadado será revestido em benefício dos próprios usuários.

Por Haroldo Gomes