Gerir para não interferir
O substantivo GESTÃO está em voga e ganha cada vez mais destaque
em todas as áreas. Em tempos de crise, aplicá-la ao atual contexto é uma necessidade,
ou pelo menos uma alternativa para amenizar. A final, como gerir a falta de
emprego, de oportunidades, de salário, de motivação para superar o momento
crítico?
A língua está em constante movimento, e nós, os falantes,
contribuímos diretamente para esse processo contínuo. A maioria das expressões nasce
como um mero acaso, ou mesmo intencional. Quando as percebemos, já caiu no
gosto popular.
Alguns termos nascem atrelados a determinados
conceitos. E de alguma forma tornam-se comuns com a sua utilização ao longo do
tempo. O verbete gestão, por exemplo, não é tão novo assim. Segundo estudos, ele
advém do período pós-Revolução Industrial. Que quer dizer um ramo das ciências humanas que lida com
grupo de pessoas, procurando manter a harmonia entre elas, as estruturas e os
recursos existentes.
Ainda no plano das significações, segundo o Aurélio, gestão quer
dizer gerenciamento, administração, onde existe uma
instituição, uma empresa, uma entidade social de pessoas, a ser gerida ou
administrada. Portanto, se levarmos em conta que a família é uma instituição, como
geri-la em momentos de crise, como agora? Se errar, titia Dilma retira a bolsa!
Para a maioria das
famílias ainda não há estudos e soluções que apontem para uma solução aparente,
além de ter que contribuir pagando mais impostos ao governo; nas demais áreas, todos
buscam a todo custo reduzir gastos, economizar, otimizar a logística e obter lucro,
alcançar o sucesso. Nessa busca desenfreada, até os sentimentos entraram para a
lista da gestão.
A temática motivou
até o renomado escritor do gênero literário de
autoajuda, Augusto Cury, a escrever um livro sob título “Gestão da Emoção”. O
qual versa sobre dicas de como gerir bem as emoções, o gasto desnecessário de
energia e dá dicas de como trabalhar e expandir as habilidades vitais da
inteligência.
Pode ser que a leitura abra não só a mente, como traga o equilíbrio
necessário para gerir as emoções e desta forma nos leve a superar a decepção de
ter que deixar o status de classe média, de viajar para a Europa e aos Estados
Unidos, de ter que tirar o filho da escola particular e devolver à escola
pública. Tudo que é bom dura pouco!?
De fato gestão é mesmo útil, até mesmo para gerir arrependimentos.
Que o diga a banda baiana Camisa de Vênus, lá nos idos dos anos 1980, ela tinha
o discurso de que “o Brasil e o mundo só mudariam o dia que a mulher tomar o poder, tem mais tato,
sensibilidade, mais carinho (...)”. A doce
ilusão chegou, e não está sendo como se havia pensado. Mudar, só se as
conveniências políticas deixarem, do contrário, vamos precisar bem mais da gestão
como ferramenta de ajuda das emoções, e quando o assunto for politica, melhor
deixar a questão de gênero de fora.
Imagino que na busca por soluções você andou participando
de palestras motivacionais, em que o palestrante com aquele discurso otimista
de sempre lhe contou que é na crise que se consegue descobrir boas ideias para a
superação. Pois bem, se você decidiu vender lenços porque todo mundo está
chorando, é bom lembrar que as lágrimas com o tempo cessam, e que na hora de
pagar o lenço não abuse dos recursos dos programas sociais. Os excessos das pedaladas
fiscais vieram à tona e pode por um fim à farra. A solução: GERIR para não interferir!
##THO HG