segunda-feira, 21 de agosto de 2017

CRÔMICA DA SEMANA_21_08_2017_THO HAGAGÊ

Meu pen drive sumiu!

Como é que uma coisa tão pequena assim cabe tantas coisas e quando o perdemos, danifica ou é roubado a sensação de vazio machuca tanto? É uma paráfrase daquele pagode do grupo Só Pra Contrariar (SPC), mas com objetivo completamente diferente.
Comecei musicando este texto porque toda perda tem seu lado tristeza. Então resolvi colocar um pouco de música para me fazer esquecer e aliviar um pouco. Tudo isso para falar do meu pen drive vermelho, de 16 gigas de memória, prezo a uma cordinha azul. Dentro dele, centenas de arquivos importantes. Músicas, certificados, livros e até currículos...  
Constantemente ouço pessoas se reclamando das tecnologias e pontuando seus malefícios. Claro, opiniões e pontos de vistas são subjetivos. Cada um tem o seu! Sei também que já não podemos viver sem eles. Eu, por exemplo, não posso pagar muito pela recompensa, mas se você o encontrou e quiser devolvê-lo, eu pago.
Não sei se percebeu, mas não afirmei que meu pen drive foi roubado. Não disse porque não tenho prova disso. Sei que ele sumiu e está fazendo uma falta danada. Quando dei por conta, fiz o mesmo trajeto no dia seguinte e indaguei as pessoas onde possivelmente eu poderia ter esquecido, ou deixado cair. Mas, as tentativas foram em vão.
A falta dele me fez refletir sobre como seria difícil e inusitado minha vida no dia a dia sem aquele objeto aparentemente insignificante, face ao seu tamanho. Imagine eu indo todos os dias ao trabalho e à faculdade portando uma mochila imensa cheia de pastas, folhas, arquivos, livros etc. Certamente me chamariam de maluco, ou no mínimo me comparariam com aqueles alunos de medicina com os óculos fundo de garrafa ou de direito, nos primeiros semestres do curso, cruzando os corredores da instituição com aqueles livrões em baixo do braço, só para dizer que são os caras.
Imagino que isto já tenha ocorrido com você também algumas vezes. A dor da perda é a mesma e temos algo em comum. Se tem um objeto tecnológico que tem utilidade de valor incalculável, ele é o pen drive. Tenho vários, cada um com uma função, e o genérico, que carrega um pouco de tudo. Foi justamente este que perdi. Menos mal que ganhei outro, com menor capacidade. Aos poucos a vida volta à normalidade, mas ainda navegando em busca dos mesmos títulos perdidos por mim e achado por outro. Só não sei dizer se para quem achou a função e importância são as mesmas.
Só sei que se meu pen drive (que traduzindo quer dizer pen = caneta; e drive = dirigir, ou seja, meio de transporte de dados) falasse, ele já teria regressado para mim. Enquanto esses objetos tecnológicos cada vez mais se desenvolvem, passando a caber cada vez coisas, ao passo que ficam cada vez menores, eu sigo usando o meu, que não é novo. Nem por isso deixou de ser menos importante. É como aquela máxima do senso comum: pen drive dado não se olha a capacidade!
Por Haroldo Gomes