quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Por que só ladrão de galinhas vai para a cadeia no Brasil?


by Harodo Gomes

Na semana passada o senador Pedro Simon (PMDB) figurou as páginas de frases de efeito das mais conceituadas revistas sobre o assunto do país. O bordão já é conhecido do povo brasileiro, mas nem por isso passou despercebido e esgota a questão: “O Brasil continua sendo o país da impunidade. Só vai para a cadeia ladrão de galinha”.
A indagação do senador foi bem formulada e já traz consigo a resposta: IMPUNIDADE. E como se faz para acabar com a impunidade, senador? Se o senhor pudesse responder, a resposta sensata seria fechando o Congresso Nacional. Um prejuízo incalculável para a democracia. Mas que talvez necessária mediante o quadro sintomático em que se encontra.
 Os aloprados coleguinhas do ex-presidente Lula, os mensaleiros dos Democratas do Distrito Federal e os ministros do governo Dilma Rousseff. Impunidade foram e são as ações dos envolvidos em desvio do erário público. Tomei como exemplo apenas essas situações, pois são tantas... Eles perderam os cargos, mas saíram pela porta da frente com o dinheiro desviado e nada lhes foram imputado. Como a gentileza dos colegas da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), que a absolveram.
As pessoas que se propõe ao ofício de roubar galinha, senador, geralmente, roubam por necessidade. Para esses criminosos são criados novos presídios, ou são amontoados em condições subumanas nos já existentes. Lá eles concluem a graduação e saem preparados para então, tornarem-se ladrões de verdade. E como tem aumentado o contingente.
Por outro lado, os que detêm cargos políticos, com imunidade, podem dar exemplos de como se deve praticar o exercício da IMPUNIDADE. Exemplos não nos faltam senador Simon. Volte sua vista para a presidência do Senado. Quem o senhor verá? E tem mais gente deste quilate, que não está lá, mas que quer voltar, como Cássio Cunha Lima e de Jader Barbalho.
O corporativismo político em vigência até o presente momento no Brasil permite que em nome do Poder ao qual pertençam determinados políticos defendam a honra do mesmo. Foi por isso que a maioria da Câmara Federal absolveu Jaqueline Roriz, media que arrancou a frase de efeito questionadora nas aspas e no título acima. Se a medida arrancou espanto do senador, imaginemos nas pessoas de bom senso que procuram forças para acreditar nos nossos representantes.
É meu dever confessar, senador, que tudo isso ocorre porque ainda não aprendemos que democracia não se esgota no ato de votar como é massificado pelos Tribunais Eleitorais por meio da mídia em períodos de eleições. Que a grande maioria ainda não sabe o conceito de currais eleitorais e do voto do cabresto. Quando todos descobrirem o poder da liberdade que a democracia nos dá indistintamente para escolhermos, haverá a esperança de que a IMPUNIDADE ao menos diminuirá.