quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mudar é um exercício necessário


Haroldo Gomes [*]
Mudar de opinião, de clube, de emprego, de religião. Qualquer que seja ela, é sempre um drama fazer escolhas. A mudança é uma opção que sempre nos causa espanto e nos remete à profundas reflexões, pelo simples hábito de tentar. Muitos optam em não fazer temendo as consequências. Tentar resistir é bobagem. Afinal, a vida como ciclo natural muda e nos proporciona instintivamente a mudanças, nem que seja de opinião ou comportamento.
Tenho um grande amigo que tem uma banca de revista no Centro da cidade que há muito não o visitava. Ao chegar lá, semanas atrás, antes que o cobrasse pela refutação de convites para sairmos aos finais de semana, ele disparou: “Hagagê, eu não estou mais bebendo, mudei de religião e passei a focar outros objetivos em minha vida pessoal, espiritual e profissional”. A princípio o percebi aflito, talvez temendo alguma reação minha. Apenas lhe fiz duas perguntas. Você está feliz? Está bem, amigo?
Ouvi convictamente dele que SIM.  Então, amigo, é isso que importa, respondi.  
O gesto dele me fez lembrar outro momento, outro amigo, este veio de Macapá para me mostrar um projeto. Durante a conversa ele abrira o notebook para me mostrar o que queria – que não vem ao caso gora - dei importância à frase que estava na área de trabalho do computador pessoal dele, a qual dizia: “Não se pode esperar resultados diferentes fazendo as coisas da mesma forma”, Albert Einstein.
No caso do amigo da banca, enquanto estava lá, o que mais presenciei foram gozações e falas como a de que ele havia mudado de religião na intenção de ficar rico, entre outras. Acredito que a maior mudança deve haver em nos mesmos, e isso requer atitude. Deixar de beber, de fumar o outro vício é algo que parece inaceitável. Cobramos tanto isso das pessoas e quando elas conseguem dar o primeiro passo as tratamos com indiferença.
Se observarmos bem, perceberemos que Deus escolheu seus apóstolos sob o signo da mudança. São Paulo é o exemplo maior, de perseguidor a defensor árduo dos Cristãos. E isso causou certa desconfiança entre os demais que o seguiam. Mas ele cumpriu seus desígnios.
Willian Shakespeare reforça essa necessidade no trecho do poema “o Menestrel”, o qual enfatiza que “Realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida. Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar”.
Por maior que sejam as incertezas, tente, só assim saberás se era ou não como você havia imaginado.
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[*] Haroldo Gomes é jornalista especialista em Docência do Ensino Superior. 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Como calculadoras ambulantes

Haroldo Gomes [*]

Desde que recebi uma mensagem de texto da operadora de celular, há cerca de dois meses, informando que para ligar a partir de agora por meio de DDD para São Paulo temos que acrescentar o dígito 9 aos tantos números já existentes - com mais o nove passaram para 14. Então, fiquei a meditar. Em resumo, nunca tive relação amistosa com os números e a matemática. Que o digam os concursos em que há esta disciplina.
Aliás, não só eu, mas a maioria dos brasileiros. Não é desculpa, é fato. Os índices avaliativos relacionados à educação não me deixam mentir. É aquela tal coisa, se você não pode vence-la, junte-se a ela. É o que venho tentando fazer para não colocar a culpa apenas na matemática, afinal, ela é exata, dizem os matemáticos.
E não dá mesmo para viver sem eles. O celular, o cartão de crédito, para acessar o e-mail, para pagar um simples boleto apenas com os números do código de barras é aquele sufoco. Ai, você enlouquece quando olha a quantidade de números, se tiver um dígito errado ou invertido o pagamento vai parar em outra conta. Eles estão por toda parte.
Há quem não consiga fazer uma continha usando uma das quatro operações. Memorizar tantos úmeros então! Desta fase eu consegui passar. Até já memorizei os números do RG e os do CPF; por outro lado, resolver uma questão com tantos números e letras é um tormento. No concurso recente da Prefeitura de Castanhal fiquei cerca de meia hora em uma questão, o resultado não condizia com as alternativas relativas à questão. Assim que saiu o gabarito corri para tirar a dúvida: errei! Até aí nenhuma novidade. O problema é que mandei um matemático fazer a questão e ele também não encontrou o resultado. Mas vamos à diante, ela é exata!  
De uma forma ou de outra, a gente vai se transformando sem perceber em verdadeiras calculadoras, são números para todos os lados, e desta forma eles vão ficando íntimos. Isso não quer dizer que estejamos melhores em matemática; mas já vale pela aproximação.
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Jornalista graduado pela Universidade da Amazônia (UNAMA) e especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade de Castanhal - Fcat.

O que você faria como dinheiro que é desviado da Alepa?

By Haroldo Gomes


Corrupção ainda não é título de música alguma, pelo menos que eu conheça. Mas que está nas paradas de sucesso há muito tempo, isso ninguém nega. É corrupção na Câmara de Vereadores, nas Assembleias Legislativas, no Congresso Nacional. É melhor generalizar a todas as esferas de poder, para não estender mais a lista.
A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) não poderia fugir à regra. Dizem que quem rouba um centavo, rouba um milhão. Aliás, um não, muitos milhões. E o que mais intriga é que os observatórios sociais e os meios de comunicação massificam cada fato, depois que a poeira baixa, fica tudo por isso mesmo. E os protagonistas da apropriação indevida não devolvem dinheiro algum aos cofres públicos.
Foi assim com os ex-deputados Robgol, Domingos Juvenil e Mário Couto (que hoje é senador da República). E, certamente, terá o mesmo destino o caso do atual deputado estadual Pastor Divino.
Estudos apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE no ano passado mostram que o país tem hoje 16,27% da população brasileira vivendo em situação de extrema pobreza, ou seja, um brasileiro a cada grupo de dez pessoas está inserido neste contexto. Aqui, na região Norte, esse número é de 2,65 milhões de pessoas que não tem renda alguma e, certamente, não tem o que comer todos os dias.
Se o dinheiro que escorre pelo ralo da corrupção para os bolsos de políticos inescrupulosos fosse investido em comida, por exemplo, nossa região teria pouca gente vivendo em situação de extrema pobreza. Como é muito dinheiro, vou tomar como parâmetro apenas os convênios celebrados entre a Alepa e entidades não governamentais nos últimos dez anos, e o esquema de gratificações fictícias para engordar remunerações de funcionários fantasmas na gestão de Mário Couto. Se somada toda essa dinheirama, passará de UM BILHÃO de reais. Nem a mega sena acumulada paga tão bem e tão fácil assim.
Quantas quentinhas – que hoje tem custo médio de R$ 7 – daria para comprar com um bilhão de reais? Quantas pessoas e por quanto tempo seriam alimentadas com esse montante? Mas além da fome e da miséria outras mazelas atormentam a vida de quem mora em nosso Estado: a falta de infraestrutura de transporte; malha viária; segurança pública; saúde e educação. Para sanar essas e outras situações o governo diz que não tem dinheiro.
Talvez a Alepa esteja seguindo à risca a definição baseada na defesa do senador José Sarney (2009) mediante os sucessivos escândalos em função dos atos secretos naquele Poder. Quando instigado pelos colegas paramentares, o senador usou a tribuna e se defendeu alegando: “Que crise? Se há, ela não é minha, ela é do Senado!”. Partindo deste pressuposto, ele talvez esteja certo. O fato só vem comprovar que as Câmaras Legislativas país afora sejam uma coisa e seus representantes sejam outra.
A relação entre eleitor e seus representantes não se esgota o se limita ao período de campanha. O problema é que uma vez passado este processo, os políticos são esquecidos, não são cobrados ou não prestam contas do que fazem com o mandato que o cidadão-eleitor lhe outorgou. Desta forma, eles se sentem livres para fazer como bem entendem com o mandato e com o dinheiro público. Exemplos não nos faltam...

sábado, 4 de agosto de 2012

Todos, menos eu!

by Haroldo Gomes
Creio que uma minoria já se deu conta de que vivemos procurando analogias para justificar erros que comentemos com frequência. Parece que tem algo a ver com a genética. Tanto que passa de pai para filho. Pelo menos no discurso afinado. Nós ainda não existíamos, mas nossos pais e avós já diziam que: “na nossa época era tudo diferente. Não existia nada dessas coisas modernas e complicadas de hoje em dia”.
De repente, num piscar de olhos, tudo mudou. As coisas, os gostos, as pessoas, os hábitos. Menos a gente, claro. Parece que o tempo parou e nós não acompanhamos, ou não fazemos parte da mudança e das coisas que julgamos ser ruim. Continuamos os mesmos vendo tudo acontecer sem esboçar poder algum de reação. Com exceção de apontar o que achamos errado.
De fato muita coisa mudou e continua mudando na rua em que moramos, no bairro, na cidade, no país. Ele está cada dia mais violento, mais corrupto, mais negligente. E a culpa é dos outros. Isso porque só o vizinho dá o carro para o filho menor de idade dirigir sabendo que é crime. Que só o vizinho furta energia elétrica e fura a fila do caixa eletrônico. Que dirige sem o cinto de segurança falando ao celular e quando é flagrado para não ser multado suborna o agente de trânsito sem nenhum pudor ou sentimento de culpa por alimentar um dos maiores cânceres da sociedade contemporânea: a corrupção.
Outra coisa que se pratica muito e que se acha simples em nosso país é o ato cultural de votar no candidato “a” ou “b” se receber algo em troca. Em resumo, o que o candidato faz com o mandato pouco importa para quem vendeu o voto. Quando a imprensa divulga fatos recorrentes de escândalos envolvendo políticos o que mais se houve deste tipo de cidadão é que “todo político é ladrão”. Mas afinal, quem é mais ladrão nessa historinha sem fim, aquele que vendeu ou aqueles que compraram o que não tem preço?
Nada muda se esse exercício não começar pela gente. Do jeito que caminhamos nos aproximamos cada vez mais da utopia. Já que é mais fácil esperar que os outros façam sua parte para melhorar a vida em sociedade, o mundo; enquanto a gente se exime das possíveis culpa. Até quando?

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Vida unipessoal é para quem pode!



(*) Por Haroldo Gomes
Pensei que em vida já tinha visto e ouvido de tudo um pouco. Mas a cada dia fatos novos me surpreendem. Como o a seguir.
Já ouvi pessoas afirmarem que se relacionam melhor com bichos, como cães e gatos que, com pessoas. Outras que odeiam religião e da noite para o dia abrem sua própria igreja e se tornam pastores. Importante reconhecer que o direito de manifestação religiosa é livre e garantido pela Constituição Federal brasileira.
Mas, não. Recente fui tomado por outro fenômeno pertinente ao comportamento humano. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que nos últimos 20 anos cresceu o número de “família unipessoal” no Brasil. Parece estranho, também acho. Mas é o conceito pós-moderno de lares habitados por uma única pessoa. Isso mesmo!
Mas essa tendência comportamental não é para todos. Segundo o mesmo estudo, este é um privilégio que somente as classes média e alta brasileira podem ostentar. Em Goiânia, por exemplo, há condomínios e lojas de conveniência com serviços pay-per-use (ou seja, só paga se usar) para este público, cada vez mais cativante devido ao alto poder aquisitivo.
Sempre que vou ao condomínio de algum amigo fico estarrecido. As pessoas moram no mesmo espaço, passam umas pelas outras como se fossem robôs programados. Não se conhecem e muito menos se cumprimentam. Essa tendência unipessoal não é exclusividade do Brasil, outros países como a Finlândia, Grã-Bretanha e Japão lideram o ranque de lares unipessoal.
Bem que eu poderia me encaixar nestas estatísticas, uma vez que me separei recentemente. Mas optei morar com minha mãe. Fico observando - quando posso - os costumes praticados pelas pessoas mais antigas, a exemplo dela. É um choque cultural enorme se comparado com as de agora, mas é real.
Fim de mês, fim de quase tudo na cômoda. Na hora do aperreio, uma luz para socorrer a escassez do gás, do leite, ou mesmo do cafezinho que se faltar mamãe terá certamente um ataque de nervos daqueles. Para resolver ou amenizar essas e outras situações surge um personagem, para quem tem: o vizinho.
O mesmo estudo afirma ainda que pessoas de baixa renda têm comportamentos diferentes do adotado pelas classes abastadas. Ainda bem, mamãe e eu estamos fora dessa. E você?
(*) Jornalista Graduado pela Universidade da Amazônia e servidor público municipal. 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

As mídias sociais e a política castanhalense



(*) Por Haroldo Gomes
Desde que o presidente Barack Obama atribuiu sua vitória às mídias sociais nas eleições americanas de 2008, que elas vêm ganhando espaço e sendo decisivas em embates políticos e propiciando maior visibilidade aos candidatos, em qualquer que seja o pleito. O grande protagonista por essa estratégia de marketing político é o Facebook. Explicar esse fenômeno fica fácil quando de se observa a quantidade de adeptos espalhados pelo mundo, já são mais de 500 milhões.  Só no Brasil, são 25 milhões.
Nas eleições municipais deste ano os blogs, o twitter e o Facebook continuarão a imperar na definição dos candidatos vencedores, tanto no executivo quanto no legislativo. A presente análise é baseada na ampla audiência com que os pré-candidatos e seus eleitores postam comentários diariamente. Inclusive, há comunidades específicas que tratam do assunto.
Com as mudanças promovidas pela Justiça Eleitoral que passou a proibir os candidatos de distribuírem brindes e de realizarem comícios com megashows etc. fez com que os políticos estabelecessem novas táticas de fazer campanha.  
Assim que começou a definição dos nomes dos pré-candidatos a prefeito de Castanhal teve início as postagens com entonações fervorosas. Algumas provocativas, outras até ofensivas. Ao contrário do que muitos pensam, mesmo sendo um território pertencente ao mundo virtual, para excessos considerados crime, há penalizações previstas em lei.
A maioria dos vereadores da atual legislatura, inclusive o prefeito, tem conta no Facebook. Suas atividades quando divulgadas recebem centenas de comentários, o que reforça que as mídias sociais a partir de sua liberação como objeto de campanha tornar-se-á o principal palanque dos candidatos que disputam o pleito deste ano.  
Engana-se o político que acha que as mídias sociais são as únicas vias de fazer campanha. Ela facilita a comunicação, mas deixa ainda mais distante o contato físico entre eleitores e os políticos. Queixa eterna. Afinal, a maioria realmente só aparece em período de campanha.
O conflito entre o real e o virtual é um capítulo à parte. O eleitor sabe que é soberano e que lhe cabe estabelecer critérios que favoreça a escolha correta dos merecedores de seu voto nas eleições de outubro próximo.
(*) Jornalista graduado pela Universidade da Amazônia e servidor público municipal.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Indignação


Brasil, mostra tua cara,
queremos saber quem gasta e como o dinheiro público para ele ser assim?
Brasil, o teu sócio não confia mais em ti!
Quem paga essa dinheirama somos nós.
Quem os elege também.
Tá passando da hora de dar um basta.!??

by Haroldo Gomes

terça-feira, 15 de maio de 2012

Agora é o bendito celular


By Haroldo Gomes
Os celulares se tornaram acessórios inseparáveis para qualquer pessoa hoje em dia. Mas eles não são utilizados apenas para facilitar a comunicação entre pessoas. Além das muitas funções habituais uma vem se destacando: o formato MP3 - que significa MPEG Audio Layer-3 – que possibilita ouvir música com ótima qualidade. Mas quando são utilizados inadequadamente geram muitas reclamações.
Não sei porque os donos de aparelho de celular com memória acima de dois gigas com bastante espaço para armazenar músicas gostam de se exibir. O fato é que para onde a gente se vira tem alguém predisposto a nos incomodar, não só com o volume as alturas, mas, também, pelo gosto musical. 
Quem não mora perto de um bar ou de um vizinho chato metido a DJ, que aos finais de semana coloca as caixas de som do lado de fora da casa, liga o som as alturas e passa o dia brincando de infernizar nossos domingos e feriados, esse lugar é o paraíso aqui na terra.
Depois de tudo isso, vem à segunda-feira em que a gente levanta bem disposto para enfrentar a semana de trabalho como de costume. Ao subir o coletivo percebe a barulheira outra vez: “treme, treme, treme... bate na palma da mão (...)”. As mesmas músicas, a mesma ordem. Dá vontade de pegar o celular do individuo e quebrá-lo. Como será confusão na certa é melhor oferecer um fone de ouvidos para amenizar a situação.
Outro dia peguei uma van rumo à capital, dentro vinha um cidadão torturando os demais passageiros com aquelas musiquinhas de sempre: “treme, treme, treme... bate na palma da mão (...)”. Mas faltava algo para a viagem ficar completa. Sobe, então, outro passageiro, agora, muda o gênero, mas o barulho só aumenta. “Eu sou de Jesus, eu sou de Jesus (...)”. É a guerra sonora entre o religioso e o profano, eu e os demais passageiros, ali, indefesos, sem podermos fazer nada. No máximo, tapamos os ouvidos com as mãos.
Não existe lei para coibir o uso de celulares com MP3 as alturas em locais públicos ou mesmo privados. Enquanto nossos legisladores não pensam nisso, a situação é amenizada por atos e atitudes de pessoas de bom senso. Digo isso porque recentemente entrei em uma van e fiquei assustado com o tamanho silêncio. A princípio achei estranho, só depois vi que havia adesivos bem incisivos com os dizeres: “PROÍBIDO USO DE CELULAR COM MÚSICA NESTE VEÍCULO”. Assim minha viagem se tornou mais tranquila. Pena que na maioria das vezes isso não ocorre. Mas que é um bom exemplo a ser seguido, isso é.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Meu genro é vascaíno


Que camisa estranha. Preta. Sombria. Mas tem gente que gosta e torce para o time. Meu genro, Marcos, por exemplo, é um deles. Dizem que genro não é parente. Se for verdade estou salvo deste carma familiar.
Recentemente, estivemos conversando sobre a decisão do segundo turno do Campeonato Carioca. Eu, claro, apostei que o mengão seria o campeão; ele [o genro] encheu a boca e disparou: “quem vai ser campeão é o meu vascão”. Eis que surge o pai dele na conversa, seu Geraldo, um cidadão alto, boa praça, que faz Faculdade de Direito, mas que torce para o Botafogo. “Vocês estão enganados, quem vai ser campeão este ano é o meu fogão”. Em partes ele estava certo, já que, o Botafogo conquistou a Taça Rio. Se vai ser campeão Estadual é outra história. E como tal, não quero e não devo opinar. 
Já falei que vou dá uma camisa do Flamengo pro meu neto, Pedro César, que tem 3 anos. Mas o pai se mostra irredutível e reluta em não aceitar. O primo dele, Rafael, que é flamenguista de carteirinha já deu uma, e o Marcos a queimou. Temo que ele faça a mesma coisa.
Após a derrota de 3 a 2, que nos deixou de fora da decisão, tive que aturar suas gozações. Então, eu o lembrei de que um jogo não representa um título, mas ele sucintamente me respondeu: “vencer vocês pra nós é um título”. Mais um ponto pro genro. E não é só ele, todos estão afinados com o mesmo discurso, tanto que ouvi o argumento descabido do Laíre [do Gordon’s Bar] e do Jean [baixista da Estado Civil].
Vou deixar de malhar o Marcos de que o time para o qual torce não é mais vice. Afinal, baseado na tese deles próprios, perdemos duas vezes, logo, eles se tornaram bicampeões ao nos vencerem duas vezes pelo estadual deste ano.  
Já adverti meu genro e os demais simpatizantes vascaínos que o ano não acabou. Ainda tem pela frente o Brasileirão. Teremos duas chances de recuperarmos os títulos. Caso contrário, terei que aturar meu genro e o seu jargão de que: “meu vascão é o melhor”.  
Por Haroldo Gomes
 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Na política é fundamental criar novos líderes

Por Haroldo Gomes
A Ciência Político aplica a essência de formação e manutenção da política à família, por meio da qual os pais procuram preparar seus filhos para mais tarde os sucederem e assim formarem outras famílias. A arte da política também deveria seguir esse ciclo natural da vida. 
É cada vez mais difícil surgir novos lideres na política local, regional e até nacional. O que se vê todas as semanas nos noticiários são muitos parlamentares jogando na lama o prestigio que o poder lhe conferiu. Como fez recentemente o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).  Com as famílias não tem sido diferente, o modelo de criação pós-moderno levou e leva muitos pais a tutelarem os filhos nas mãos da sociedade, na grande maioria das vezes o desfecho é catastrófico.
Na busca pelo poder é comum antes de qualquer pleito surgir uma avalanche de pretensos candidatos prometendo mundos e fundos, a maioria ainda pensa e age com a crença de que pode comprar o mandato. Quem pensa e age assim já passou da hora de rever conceitos. Quem tem aspiração política sabe que esta arte deve ser nutrida dia-a-dia independentemente de ter mandato eletivo ou não. Não é difícil ouvirmos de cidadãos mais esclarecidos que os políticos só aparecem em época de eleição para pedir voto.
A falta de preparo de novos líderes vem gerando conflito na composição de uma possível coalizão. Por isso, há tantas especulações quanto a um nome de consenso que venha suceder o atual prefeito de Castanhal. Mas há quem tenha construído esses valores. Só que vem enfrentando resistência por não ser filho de Castanhal. Aliás, essa premissa não é exclusivamente nossa e não será a última vez. 
Alguém já velou o corpo de um ente sem a presença do mesmo? Claro que não! Então, da mesma forma é na política: não existe aquele que foi ou que será, apenas aquele que é. Muitos nomes podem surgir de paraquedas até o prazo final, mas dificilmente mudarão o resultado das eleições de outubro próximo. 
As divergências em função de ideologias são comuns, tanto na família como na política. Mas não a ponto de eliminar os mais novos de conquistar o poder. Para isso é preciso prepará-los. Mesmo sabendo que a missão dos pais e criar, educar e preparar os filhos para que eles possam caminhar sozinhos. É fato também que ao crescerem eles podem tomar outros caminhos contrários ao ensinados. O que é perfeitamente humano.
2014 está bem aí. Teremos outro pleito. Liderança, carisma, confiança são sinônimos que os eleitores conhecem muito bem e tem peso decisivo na hora de escolher um candidato. Quem aspira um cargo e não tem essas qualidades e ainda esta no campo da teoria da política da véspera é bom se apressar, caso contrário o lugar certo será a permanência na fila de espera.
Artigo publicado na Folha Regional, em abril de 2012.

terça-feira, 27 de março de 2012

Enquanto as eleições não chegam...


Por Haroldo Gomes 
Nos últimos meses vários programas de rádio e TV, jornais impressos, blogs, twitter, facebook, nos corredores da administração municipal, o assunto em voga na maioria das vezes é o mesmo: quem será o próximo prefeito de Castanhal?
Uns acham que já está tudo definido, outros adotam a tática de que é preciso esperar um pouco mais e ampliar o diálogo com a maioria dos partidos para que se mantenha um grupo homogêneo em torno da manutenção do poder.
No meio desse fogo cruzado de informações, na maioria das vezes, desconexas alguns pontos chamam atenção, entre eles o fato das especulações negligenciarem problemas como o do trânsito de nossa cidade, que não é nenhum exagero afirmar que está cada dia mais caótico. Novos condomínios verticais e horizontais todos os meses começam a ser erguidos sem fiscalização e estudos sobre os impactos ambientais. Cadê a secretaria de Meio Ambiente, que há anos só existe no papel? Tem muito mais coisas para se resolver, isso sim deveria pautar os debates para que seja cobrado do próximo gestor.
A pouco mais de sete meses para as eleições municipais os nomes que serão apresentados aos eleitores para apreciação e escolha estão no campo da obscuridade. Isso ocorre porque o desgastado modelo de democracia vigente no Brasil nos obriga a votar. Caso o voto fosse facultativo nossas prévias e seus pretensos candidatos estariam a essa altura nas ruas em busca de convencer os eleitores. Como ocorre nos Estados Unidos.
Certo dia, durante uma de minhas últimas aulas na faculdade de comunicação, o professor Mauro Maia me disse uma frase que se ajusta muito bem com o momento de dúvidas e incertezas sobre a política castanhalense: “toda ação humana como uma construção tem que ser pensada e refletida. Se esses exercícios não forem feitos, nossas ações certamente se tornarão meras obras do acaso, e talvez não tenha importância alguma”.
Em outro momento distinto, mas como o mesmo teor, o prefeito Hélio Leite chegou para o lançamento de uma campanha em um posto de saúde da cidade, ao descer do carro viu algo de errado no local, chamou a mim e outros colegas de imprensa e nos disse: “eu estou prefeito, daqui alguns meses acaba meu mandato, eu saio e vocês vão continuar. Cada um de vocês também é um prefeito, por isso tem que me ajudar a administrar esta cidade, afinal, ela é nossa”.
“Só há duas maneiras de se fazer política. Ou se vive para a política, ou se vive da política”, afirma o filósofo Max Weber em sua obra “Ciência e Política: Duas Vocações”. Em consonância com a segunda opção a cegueira pelo poder a cada dia acomete mais pessoas. E sem visão eu não acredito que alguém caminhe sozinho. Mas acredito que ainda há tempo para se definir o que queremos de melhor, não só para cada um, mas para Castanhal como um todo pelos próximos anos.
Publicado no jornal Folha Regional em: 1/04/2012.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Cadê a ponte que tava aqui?

Ponte está precária, sem condição de trafegabilidade.

Olha o tamanho de um dos buracos na ponte: PERIGO!

Condutor teve que descer do veículo para colocar a tábua para poder passar.

Motorista de caminhão passa desconfiado com o aviso da placa.

 
Por Haroldo Gomes

No meio da estrada não tem a ponte. Cadê os recursos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) que é para investimentos de manutenção e conservação de ruas e rodovias? A sensação dos condutores de veículos que trafegam pela PA 140, que liga os municípios de Santa Izabel a Bujaru, no Nordeste paraense, é de revolta e medo.

A altura do balneário Porto de Minas, que é banhado pelo Rio Caraparu que corta a referida rodovia, tem uma imitação de ponte em péssimo estado de conservação. Do jeito que está, sem corrimão, deteriorada, aos pedaços representa perigo iminente para quem trafega pela rodovia. Para passar é um veículo por vez, um verdadeiro exercício de malabarismo e sorte para que não aconteça o pior.

Apenas duas placas em meio aos buracos servem de alerta para os condutores que passam pelo local. Durante o percurso é fácil encontrar outras pontes em situação semelhante. “Isso é uma vergonha eu ter que descer do meu carro para ajeitar as tábuas para poder passar. Não é a primeira vez que isso acontece”, reclama o motorista de transporte alternativo Jean Teles Sousa que utiliza a rodovia todos os dias.

No ano passado uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte – CNT apontou que o Estado do Pará tem as piores rodovias do Brasil. À época da pesquisa a CNT percorreu mais de 2.500 quilômetros de rodovias do Estado, sendo 1.601 de estradas federais e 950 de rodovias estaduais, a pesquisa mostrou que o Pará não tem um metro sequer de rodovias que pode ser considerada de ótima qualidade. Quanto às pontes, pode ser que os órgãos competentes que lidam com este setor não as considerem como parte das rodovias, pois, viciosamente em nosso Estado as pontes de madeira ainda perduram, por quê?

Ainda de acordo com a CNT seriam necessários investimentos na ordem de R$ 1,5 bi para melhorar as rodovias paraenses.

Enquanto nossos governantes não aplicam o dinheiro que todo proprietário de veículo automotor paga justamente para ser investido nas rodovias, assistimos passivamente dezenas de trabalhadores do Denit tapando buracos sobre buracos ao longo da rodovia federal BR 316, no trecho Belém-Castanhal.

P.S:. Aguradando resposta da Secretaria de Estado de Transporte – Setran/PA para saber se existe algum projeto para construção de uma nova ponte ou mesmo de reforma da citada nesta raportagem.

sábado, 10 de março de 2012

ENTREVISTA: “Eu quero acreditar que foi uma tentativa de assalto, que foi um engano"

Ver. Rosimar está revoltado com os rótulos que alguns políticos estão dando para o caso.
Após sofrer uma tentativa de homicídio na noite do dia 20 de dezembro de 2011, o vereador e professor Rosimar Possidônio (foto acima), ainda se recupera dos traumas psicológico e físico. Depois de ser submetido a algumas cirurgias ainda enfrenta sessões de fisioterapia. Ele fala com exclusividade ao titular deste blog sobre sucessão política e cobra maior empenho das autoridades policias nas investigações.

Ventila-se na cidade que você não virá a disputar a reeleição de outubro próximo. Há alguma procedência nesta informação?
Rosimar Possidônio = Isso não é verdade. Essa possibilidade nunca passou pela minha cabeça. Eu tenho convicção e direcionamento político, sei onde quero chegar, sei que sou produtivo naquela Casa. Enquanto a população de Castanhal achar que eu tenho condições de representá-los, eu serei candidato, serei vereador. 
O senhor acredita que isso pode ser mais uma manobra política para lhe desarticular?
RP =
Infelizmente no meio político existem essas situações promovidas por pessoas maldosas que tentam a todo custo desarticular alguém que tem um direcionamento político. Esses fatos negativos não vão mudar minha forma de agir e de pensar.
Vereador, o senhor é líder do governo, nem por isso tem poupado críticas ao Executivo. Há alguma insatisfação entre o senhor e o prefeito Hélio Leite?
RP =
Todo mundo na cidade que muitos secretários são pré-candidatos, e que muitos fazem políticas paralelas. Quando esta Casa solicita algum pedido, seja um projeto de lei ou mesmo um requerimento é algo importante para a sociedade castanhalense, se eles não estão cumprindo, não dão uma resposta, estão levando para o lado partidário, estão atrapalhando. É neste aspecto que se dá a minha insatisfação com o Executivo.
A próxima legislatura terá um aumento considerável de vereadores com assento no Legislativo, o senhor acredita que será benéfico para a sociedade castanhalense?

RP = Eu creio que essa mudança pode trazer benefícios de alguma forma, mas só o tempo vai dizer. Nessa legislatura, por exemplo, tem 12 vereadores, mas não tem tanta qualidade. Temos colegas nesta Casa que não têm projetos interessantes que venham beneficiar a população. Nem sempre quantidade acompanha a qualidade. 
O incidente deixou traumas e comprometeu a sua vida social e até política. Como você tem reagido a essas situações?

RP = O fato ocorrido me deixou retraído, triste, porque tenho que andar com seguranças, ou acompanhado. De certa forma isso tem me afastado da rotina que eu tinha como cidadão e homem público. Eu quero acreditar que foi uma tentativa de assalto, que foi um engano. Só não dá pra acreditar o que políticos maldosos estão rotulando, tentando de toda forma destruir minha imagem.
Três meses se passaram. Como estão as investigações? A Polícia Civil o mantém informado?

RP = Não. Esse é um trabalho restrito da Polícia Civil. Eu acredito que está faltando ambição dos órgãos competentes em investigar o caso para que ele avance. Aliás, não só o meu, mas de muitos outros que necessitam de uma resposta.
by Haroldo Gomes

sábado, 3 de março de 2012

Comunicar é preciso. Acesso aos meios uma necessidade.


 by Haroldo Gomes
Novas tecnologias chegam todos os dias como uma revolução irreversível em nossas vidas. Em pouco tempo ninguém mais consegue viver sem elas. Em qualquer comunidade Brasil a fora por mais longínqua que seja está conectada, ou acelerando esse processo. Quem consegue ficar distante do celular, laptop, tablete etc.? São companhias inseparáveis. Tornaram-se nossa segunda pele.
A quantidade de funções aumenta e o tamanho dos aparelhos diminui. O sentido plausível que explica o consumo cada vez mais corrente atende por mobilidade. No ano passado à venda de smartphones superou a de PCs. Em todo o mundo foram vendidos 488 milhões de celulares inteligentes contra 415 milhões de computadores.
O Brasil tem hoje mais aparelhos de celular que pessoas. Tudo que acontece no mundo, em nosso País, em nossa cidade circula em fração de segundos pelas redes sócias e sites de notícias. Os celulares e computadores portáteis são protagonistas da difusão midiática de informação.
Ficar de fora dessa imensa aldeia global é como ser colocado em uma prisão em regime fechado. E o público é cada vez mais jovem. Tenho conversado com alguns pais e o relato é quase sempre o mesmo: filhos havidos ao consumo de celulares com acesso à internet e com bluetooth, e notebooks. A cada dia aumenta o contingente de pessoas à procura de fazer parte do mundo digital. 
Reeducar-nos ao exercício da comunicação interpessoal e sermos menos individualistas nos parece complicado; algo como tese de doutorado em sociologia ou antropologia. Mesmo que pese no bolso, essa cultura perpassa valores como o econômico. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações [Anatel] o único Estado da federação onde há menos de um celular por habitante é no Maranhão. No ano passado o crescimento de linha por habitantes cresceu 18,33% e os responsáveis por esse impulso foram as regiões Norte e Nordeste. O Brasil tem hoje mais 124 celulares para cada cem habitantes.
O consumo desenfreado desses acessórios eletrônicos inseparáveis é desencadeado pelo bom momento econômico que vive o País. Por outro lado, lamentavelmente se houver um blackout, ou ficarmos sem acesso à internet durante dias, milhares de pessoas que só se comunicam por meio de celulares, tabletes e laptops, tornar-se-ão pessoas ainda mais solitárias em busca de luz no fim do túnel.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Carnaval do Parazão é no interior!



by Haroldo Gomes
O Carnaval é uma festa que contagia as pessoas, independentemente de idade. É também época em que muita gente aproveita o feriado prolongado, e geralmente troca a capital pelo interior, onde a festa tem outros requintes. Neste Carnaval, por exemplo, Remo, Paysandu e Tuna não vão aproveitar essas benesses. Pois, juntos, integram o bloco dos eliminados.
Os que estão em voga e com vaga assegurada para entrar na avenida da decisão são Águia de Marabá e Cametá, este segundo conhecido como Mapará. Que deve estar atravessado na goela do Leão até agora. Logo, conclui-se que águia e peixe serão as fantasias mais usadas neste Carnaval tipicamente interiorano, pelo segundo ano consecutivo. Tá virando cultura.
No Brasil, Carnaval e futebol andam de mãos dadas, uma combinação quase perfeita. Para curtir a folia de ser finalista do primeiro turno do Parazão deste ano, Águia e Cametá tiveram que eliminar Remo e Tuna, respectivamente, de forma traumática, amparados pelo regulamento da competição que lhes deram a chance de jogar por dois empates.  
Se a festa mais popular do País mudou de cenário, definitivamente, em nosso Estado, ainda é cedo para fazer tal afirmação. Certo mesmo é que o Mangueirão que sempre foi palco das grandes finais do certame estadual encontra-se adormecido, assim como os clubes grandes da capital. Um fato é certo: atrás do título do primeiro turno do Parazão 2012 só não vai quem foi eliminado.
Não se deve confundir a abstinência de títulos dos grandes clubes com o período da Quaresma. Caso contrário as aspirações pelo segundo turno e o título do Estadual vão ser encarados pelos torcedores como um pecado sem perdão.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O RPM está de volta, agora, com revoluções eletrônicas


by Haroldo Gomes.
O RPM está de vota ao batente com o CD Elektra, lançado em 2011. O quarteto conta com a mesmo formação de 25 anos atrás, liderado pelo baixista e vocalista Paulo Ricardo. Completam o naipe Paulo Pagni (batera), Luiz Eschiavon (teclados) e Fernando Deluqui (guitarra). Embusca de abandonar o senimento nostaugico oitetista, eles radicalizaram produzindo um trabalho com batidas eletrônicas misturadas à pegada rock. Por algns instantes tive a sensação de estar ouvindo Pet Shop Boys.
Elektra é um CD duplo com produção de Paulo e Schiavon. O primeiro traz as músicas inéditas, o outro as canções que fizeram da banda uma referência no cenário roqueiro nacional. Se a batida a princípio nos deixa desconfiados, por outro lado, as letras trazem o otimismo deque nem tudo está perdido, quando o assunto são mensagens atuais e críticas. Estética musical quase em desuso hoje em dia.
Particularmente a canção que nos remete à qualidade das letras, característica peculiar da banda, sem sombra de dúvidas é “Muito tudo”. A locução adverbial do título nos dá uma dimensão de exageros e contrastes sociais, típicos de países emergentes: “É muita informação e pouco conteúdo, é muito grave, muito médio, muito agudo, é muita pretensão e muito pouco estudo (...) eu queria mudar o mundo pra você, mas às vezes sinto que o mundo muda por quê?”.
Para os integrantes da banda, a mudança é rotulada como uma roupagem moderna. Paulo Ricardo preferiu definiu assim: “O rock é um clássico. A música eletrônica é jovem, tem idade para ser filha dele. É uma linguagem que se renova rapidamente. Então, este update eletrônico no que a gente faz é natural”.  
Das 13 faixas do novo trabalho apenas cinco foram disponibilizadas pela banda para ser baixadas pela internet. Só agora o CD começou a bombar entre os fãs e admiradores da banda. O trabalho tem ainda hits como “Dois olhos verdes” e “Crepúsculo”. Vale a pena conferir.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Você já sabe em quem vai votar para prefeito?

by Haroldo Gomes

O prefeito Hélio Leite provocou um ataque de risos na platéia presente à sessão solene da Câmara, por ocasião das comemorações do aniversário dos 80 anos de Castanhal, ao fazer a seguinte declaração: “muitas pessoas me param na rua e me perguntam quem será o meu candidato a prefeito? Eu respondo: faltando menos de um ano pro fim do meu mandato, se eu disser agora, vocês vão atrás dele e vão me deixar no esquecimento”, (risos).
Uma das características do governo ‘Tucano’ é montar bases de sustentação política nas cidades-pólo do Estado e ter o controle da situação e facilitar a governabilidade. Principalmente agora que os separatistas estão mais irritados com a derrota no plebiscito, que apontou o NÃO como vencedor. Castanhal é o quinto colégio eleitoral do Estado, e Jatene sabe muito bem a importância que a cidade represente para a consolidação de seu projeto político.
Nesse contexto, o nome de Márcio Miranda, médico, capitão PM, deputado estadual e líder do governo na Alepa desponta como candidato certo para suceder Hélio Leite pelos próximos quatro anos.
Conhecido o indicado do governador Simão Jatene e de Hélio Leite, fica a dúvida: quem será o vice? Nomes não faltam como opção. Assim como Hélio segurou o nome de Jucivaldo Nascimento como seu vice até os acréscimos do segundo tempo nas eleições passadas, a mesma tática vem sendo executada com sucesso agora. O tema é motivo de debate em todos os lugares da cidade, inclusive nos corredores da Prefeitura e das secretarias.
DEM e PR são aliados, logo, fica fácil deduzir que o nome a ser escolhido será do Partido da República, e neste caso, o nome do atual presidente da Câmara de Vereadores, Nivan Noronha, soa com certa harmonia nos bastidores. Embora não seja assumido em público por ambos os grupos políticos.
Mesmo com as escolhas eventualmente definidas, pretensos candidatos de outras legendas, como o PMDB e o PT, não abrem mão de lutar pela cadeira mais importante da cidade. O que pode deixar o pleito mais competitivo; mas que dificilmente mudará o resultado das urnas em outubro próximo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Castanhal e os bares nossos de cada dia

Aos 80 anos, comemorados em 28/01/2012, é possível por meio de registros documentais, de relatos, da memória, rebuscar um pouco da história na construção da cidade. Ação determinante de dezenas, centena, milhares de mãos, da dedicação de seus filhos, natos, chegados, apaixonados por Castanhal. A diversidade se funde em meio aos cheiros, às cores, aos sabores. Uma pitada de tudo um pouco ajudou na formação da cidade denominada de modelo do Nordeste paraense.
Muitas das lembranças acerca da formação da cidade são resgatadas por meio de bate-papos entre amigos, colegas, conhecidos, nas mesas de bares. Aliás, quem ainda não freqüentou ao menos um, não sabe o que está perdendo. Em todo canto da cidade tem alguns.
Para uma conversa no início, ao meio, ou no final do dia sempre tem um bar no caminho de casa ou do trabalho, e até da igreja. Há aqueles com inferninhos para os discretos; ou com sinuca, boa música e finos tira-gostos para os assíduos. A diversidade é grande. E como tem bares na cidade!. Por volta da década de 70 a Travessa Quintino Bocaiúva começou a ostentar o apelido de “Quintino Barcaiúva”, devido ao grande número desses estabelecimentos. Hoje, os bares deram lugar às lojas, butiques e salões de beleza.
Com a expansão do comércio local e a vinda de grandes grupos empresariais, veio também a mudança no padrão de gostos e costumes. Há aqueles que requintaram e abandonaram o tradicional copo americano, que deu lugar às taças; e a tradicional cerveja deu lugar ao chopp, com ou sem colarinho. É o progresso.
Para cada ocasião tem um bar com o perfil do cliente. Quer falar sobre política e futebol paraense? Esse lugar é o Gordon's Bar, em frente ao SESC, na Barão do Rio Branco. Do Raimundo Moura, ou “Barraca” para os mais íntimos. Na parede central do estabelecimento uma foto já descolorindo do antigo lugar onde hoje funciona uma padaria. O Gordon's  não é simplesmente um bar. Ele é a extensão da casa de seus freqüentadores. Os de carteirinha podem se servir, enquanto ‘’Barraca’’ aposta partidas de sinuca com os amigos na parte de trás do ambiente.
Sempre que vou lá, não perco a oportunidade de dizer ao Raimundo que nós, os freqüentadores do Gordon's, não temos vergonha. Digo isso porque entre meio-dia e uma hora da tarde ‘’Barraca’’ começa a baixar as portas. Segundo ele, o horário de almoço é sagrado. Esteja o rei ou o mendigo, ele avisa que já vai fechar o bar. Reabrindo no início da noite, religiosamente.
Como disse lá no início, são muitas as opções de bares na cidade. Tem o do Assis, do Flasica, o do Evaldo, o do Naldo, o Dos Amigos, do Tio Bito, o Escritório e outros mais. Em cada um, frequentadores que nem sempre vão para beber, ou falar de futebol e mulher, como pensam as namoradas, noivas, esposas.
Mesmo que você não beba, o bar é um lugar pra lá de democrático. Tanto que em alguns casos serve até de inspiração para escritores da cidade. Já tem até livro prestes a ser lançado.
No bar o frequentador se sente livre para se expressar sem restrições. Religião, futebol e política são os temas mais debatidos. Há críticas e soluções para tudo. Se você quer ajudar na construção do imaginário desta e de outras histórias sobre a cidade para os anos vindouros, é só entrar em uns deles e sentar-se à mesa. O resto acontecerá naturalmente.
P.S:. um pequeno recorte sobre apenas um dos milhares de aspectos da cidade nos seus 80 anos.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Ano novo; velhos hábitos.

by Haroldo Gomes
A tradição de comemorar a chegada de um novo ano parece mexer com os brios das pessoas. Por horas elas têm a ilusão de que ele vai chegar como um corretivo que vai apagar tudo que julgamos estar errado conosco. Vão-se as dívidas, o trabalho, os problemas.
Mas na realidade não há quase espaço para fantasias. Digo isso porque Já mais passou pela minha cabeça comemorar esta data no leito de um hospital. Mas a vida tem dessas coisas. Desde as primeiras horas do dia 31 eu já me sentira mal, com febre e uma forte e intensa dor de cabeça. Já no início da noite, não aguentando fui ao hospital. Logo no primeiro contato o médico suspeitou de Dengue. “É meu caro, você pode até não passar a virada de ano aqui, mas vai demorar um pouco”, diagnosticou o médico.
Já com marcas de vários furos pelos membros e tomando soro fui encaminhado ao leito. Lá encontrei várias outras pessoas bem humoradas que também apresentavam o mesmo quadro clínico, uns assistindo ao Jornal Nacional no celular, outros lendo a Bíblia. Todos procurando uma forma de se distrair. Então, fiquei pensando como aquela data pode ter vários significados. Horas depois, o primeiro saiu, mas, sem antes nos desejar um Feliz Ano Novo.
Minutos depois foi minha vez de sair e fazer o ritual. Ainda não eram 23 horas. Faltava então passar pelo médico para saber se era ou não Dengue. “Olhe só, não deu nada. É essa virose maluca que tá na moda. Vá para casa, repouse e tome bastante líquido”. Assim o fiz.
Na manhã da segunda-feira (2), os jornais nos traziam o que parece não mudar: muitas mortes e muitos acidentes. Ainda debilitado diante das notícias fiquei refletindo um pouco mais: o que adianta comemorar a chegada de um novo ano se não nos preparamos para a mudança dentro de nós mesmos.
Nos festejos de Natal e Réveillon de 2011 foram apenas quatro dias. Este ano, serão oito dias. Motivos para se refletir se devemos ou não mudar, a final, o ano apenas começou. Nós paramos; o tempo não!