terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Ano novo; velhos hábitos.

by Haroldo Gomes
A tradição de comemorar a chegada de um novo ano parece mexer com os brios das pessoas. Por horas elas têm a ilusão de que ele vai chegar como um corretivo que vai apagar tudo que julgamos estar errado conosco. Vão-se as dívidas, o trabalho, os problemas.
Mas na realidade não há quase espaço para fantasias. Digo isso porque Já mais passou pela minha cabeça comemorar esta data no leito de um hospital. Mas a vida tem dessas coisas. Desde as primeiras horas do dia 31 eu já me sentira mal, com febre e uma forte e intensa dor de cabeça. Já no início da noite, não aguentando fui ao hospital. Logo no primeiro contato o médico suspeitou de Dengue. “É meu caro, você pode até não passar a virada de ano aqui, mas vai demorar um pouco”, diagnosticou o médico.
Já com marcas de vários furos pelos membros e tomando soro fui encaminhado ao leito. Lá encontrei várias outras pessoas bem humoradas que também apresentavam o mesmo quadro clínico, uns assistindo ao Jornal Nacional no celular, outros lendo a Bíblia. Todos procurando uma forma de se distrair. Então, fiquei pensando como aquela data pode ter vários significados. Horas depois, o primeiro saiu, mas, sem antes nos desejar um Feliz Ano Novo.
Minutos depois foi minha vez de sair e fazer o ritual. Ainda não eram 23 horas. Faltava então passar pelo médico para saber se era ou não Dengue. “Olhe só, não deu nada. É essa virose maluca que tá na moda. Vá para casa, repouse e tome bastante líquido”. Assim o fiz.
Na manhã da segunda-feira (2), os jornais nos traziam o que parece não mudar: muitas mortes e muitos acidentes. Ainda debilitado diante das notícias fiquei refletindo um pouco mais: o que adianta comemorar a chegada de um novo ano se não nos preparamos para a mudança dentro de nós mesmos.
Nos festejos de Natal e Réveillon de 2011 foram apenas quatro dias. Este ano, serão oito dias. Motivos para se refletir se devemos ou não mudar, a final, o ano apenas começou. Nós paramos; o tempo não!

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