quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

CRÔNICA DA SEMANA_02_12_2015_HG

Ajudar preso a fugir de cadeia passou a ser ajuda humanitária!
Pouquíssimas pessoas, em nosso país, conhecem e tem intimidade com as figuras de linguagem e suas funções, embora as usem sem se dar conta. Uma tem se destacado ultimamente pela forma como criminosos, políticos ou mesmo aqueles que são adeptos do jeitinho brasileiro para escapar de alguma situação embaraçosa. Claro que estou me reportando ao eufemismo.
O ainda senador da República Delcídio do Amaral (PT-MT), em sua defesa, alegou que o plano de fuga de um presidiário e amicíssimo seu, Nestor Ceveró, fora por questões humanitárias. Claro, uma tática eufemística de seu advogado, que aparentemente não vai colar. Creio!
É por questões humanitárias como essa que a bandidagem declarada só este ano já tentou pelo menos umas cinco vezes sem sucesso até agora, em planos audaciosos tirar seus próceres de casas penais de nosso Estado. O brasileiro tem a staff de ser bonzinho mesmo; mas essa nova forma humanista de arquitetar e ajudar empreender fuga de bandidos de cadeias fere os princípios constitucionais. Ou seja, é crime!
Maus exemplos como o praticado pelo senador acabam virando cultura, viram banalidade. Na semana passada mais uma tentativa de resgate humanitário foi registrado em uma casa penal do estado que mostrou pra todos verem parentes falando com seus apenados via celular. Isso, celular dentro do presídio! Como assim? Por quê? Uma representação, como a ocorrida com o vazamento de cópia da delação premiada de Nestor Ceveró para o banqueiro André Esteves. Parece replay, mas não é!
O que não é nenhum eufemismo, e sim um pleonasmo, é a fragilidade do sistema carcerário e das polícias no atual cenário. Esses sim precisam de ajuda humanitária; do contrário, todos em potencial somos ou seremos bandidos travestidos de humanitários, face à forma como estão subvertendo os valores.
Para quem teve até dias atrás a liberdade plena e o gozo do poder de representar seu estado no Congresso Federal, agora, alega claustrofobia da prisão; que não seja motivo de liberação para que ele cumpra prisão domiciliar.
Se a justiça acatar a defesa do ainda senador Delcidio do Amaral, o sistema carcerário caminha para o fim, já que todos que têm um parente ou amigo cumprindo pena deverá planejar suas fugas das cadeias: claro que as pessoas de bom senso repudiam atitudes como essa, praticada pelo senador. Estamos assistindo a mais um ato de cinismo e desfaçatez praticada por um de nossos honoráveis representantes engravatados.
A pergunta que não quer calar: até quando vamos assistis situações como essa?##THO HG

Nenhum comentário:

Postar um comentário