quinta-feira, 3 de novembro de 2011

E agora, ministra?

by  Haroldo Gomes
Mais polêmicas à vista em Brasília envolvendo, agora, questões relacionadas a valorização da mulher. Quem está no front é a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes. Tudo por conta de uma peça publicitária de lingerie protagonizada pela modelo Gisele Bündchen. Segundo a ministra a propaganda é “sexista”, preconceituosa e induz as mulheres à submissão. Par ela não se trata de censura, entretanto, solicitou ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) que tire do ar o comercial “Hoppe ensina”.
Antes mesmo da era da superexposição da imagem [a qual vivemos hoje] a figura feminina já despontava associando sua imagem a diversos produtos. Ou seja, ao longo do tempo virou cultura. Se perguntarmos as mulheres e seus corpos esculturais se elas pensam da mesma forma que a ministra, certamente a resposta será não. Afinal, imagem é tudo para o mercado publicitário e para modelos e artistas em geral que vivem disso.
O luta quase solitária da ministra Iriny é tão utópica quanto a cultura das paredes de borracharias pelas estradas País afora. Imaginemos um caminhoneiro entrando em uma borracharia e se deparando com as paredes sem calendários de mulheres nuas? Ora, duas coisas podem ter acontecido. Primeiro, a borracharia fechou; segundo, tornou-se uma Igreja Universal.
A publicidade brasileira está entre as melhores do mundo. E a cada dia melhora ainda mais. E a visão da ministra não poder ser limitada apenas à propaganda. O que fazer com as dançarinas de bandas de brega e de forró, que roubam a cena em qualquer palco? Comerciais de cervejas, mulher; de carros: mulher; até de barbeador tem mulheres como pano de fundo ilustrando o apelo ao consumo.
Numa coisa a ministra tem razão: “a publicidade é do produto, e não da mulher”. Mas quando uma empresa contrata uma agência de publicidade para elaborar o comercial ela exigi quem deve se tornar o referencial para a marca ou produto de sua empresa.
E quem vai estrelar exige o quanto quer ganhar. Para isso não quer saber se estará ferindo a ética ou a visão moralista de outrem.  Assim como ocorreu com Gisele, que além da “Hoppe ensina”, estrela também a campanha publicitária da Sky, enquanto ela limpa o chão o maridão se liga na programação da TV não dando a mínima atenção à esposa.
Não sei se todo mundo vê e pensa como a ministra. Mas cultura são valores e costumes que se renovam; mas que raramente se acabam.

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