segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

As semelhanças da política com o futebol brasileiro


by Haroldo Gomes
Alguns ditos populares são emblemáticos e ao mesmo tempo contraditórios. Desafiam algumas lógicas. O que diz que “em time que está ganhando não se deve mexer” é um deles, por exemplo. Ludicamente levemos essa prática para o campo da política, e imaginemos que o técnico seja a presidente Dilma Rousseff. Você que adora futebolisticamente dar palpites quando a seleção de Mano Menezes é convocada, fala sério: você mexeria no time que está escalado no ministério do atual governo? Não vale utilizar eufemismos do tipo Tiriricano: “de que pior que está não vai ficar”. Que fica!
Por ironia do destino o sétimo jogador, em 12 meses de governo, digo: ministro será substituído. Agora foi a vez de Carlos Lupi (PDT-RJ), do ministério do Trabalho. É àquele ministro falastrão que só sairia a peso de bala porque é grande e que para se redimir disse por meio da imprensa: “presidente Dilma, eu amo você”. E tem mais substituições à vista. Mas agora elas ficarão para o ano que vem, em função do ano eleitoral. É ou não é uma triste coincidência com a seleção de Mano? A cada convocação surgem nomes diferentes na lista, e o time continua jogando mal. O time de Dilma até joga bem, mas geralmente em benefício próprio. Os casos que levaram à substituição são os mesmos: corrupção, desvio do erário, etc.   
No caso de Dilma, quem escala o time junto com ela são os aliados da base de sustentação política. Com Mano Menezes - e os técnicos que o antecederam não foram diferentes. São os patrocinadores, os empresários e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Depois que o leite derrama haja reclamação, além de ter que arrumar alguém para assumir a culpado. Coisas da dinâmica envolvendo política e o futebol brasileiro.
Existem outras irônicas coincidências envolvendo futebol e política. Para ambos os ‘técnicos’ esse é apenas o primeiro ano de seus mandatos. Ao final, para um terá eleição; para o outro, a Copa de 2014. Como é cultura tudo acabar em samba em eleições e Copa do Mundo, é cedo para prevermos um final feliz. Mas pelo andar da carroagem novas mudanças serão inevitáveis.
Eu sei que você, assim como eu, não é técnico, parlamentar ou mesmo presidente. Mas já está na hora de se colocar à frente do papel de um mero torcedor-eleitor e ficar alheio ao resultado da partida, ou das decisões políticas. O título é da nação. O dinheiro que é desviado pelas mãos dos corruptos também.
Boas e necessárias atitudes podem mudar o seu bairro, a sua cidade, o país e o mundo. Vai ficar aí parado?

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