Usuários de álcool e drogas ganham um
aliada no tratamento, a horta terapêutica
Para quem
pensa que as atividades agrícolas se limitam apenas à zona rural e a plantar,
cultivar e colher, esta completamente enganado. Uma experiência inovadora desenvolvida
pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II), de Santa Izabel do Pará, no
Nordeste paraense, mostra que essa atividade pode ser usada para muitos fins, inclusive
como terapia.
O projeto entrou
em funcionamento esta semana, e foi batizado como Horta Terapêutica. As
técnicas de plantar, cultivar e colher estão sendo usadas como terapia no
tratamento de 60 usuários assistidos pelo Centro. A horta tem 556 m² e nas
leiras estão sendo cultivadas culturas como a alface, xero verde, pepino,
couve, quiabo, feijão e abobora.
Jorge Luiz, de
33 anos, é um dos usuários do Centro. Há quatro anos ele luta para se livrar do
vício do alcoolismo em definitivo, segundo ele, “este projeto é muito
gratificante, não só para mim, como para meus colegas. Agora, a gente ocupa a
mente com outras coisas. Eu entendo que o tratamento não pode ser limitado
apenas aos remédios”. Além disso, o projeto tem também o caráter social, que
está sendo encarado por muitos usuários como uma oportunidade profissional, “lá
fora, a maioria das portas das oportunidades esta fechada para a gente, com as
técnicas aprendidas aqui, nós podemos usar como uma profissão e tocara vida
dignamente”, completa Luiz.
A horta
terapêutica está sendo desenvolvido por meio de uma parceria entre as
Secretarias de Saúde e Agricultura do município. De acordo com a enfermeira e
coordenadora do Caps, Adriana Oliveira, “eu tenho percebido que eles estão
ansiosos e felizes com o projeto; e eu, otimista com relação aos resultados,
essa é uma forma diferenciada de tratamento. A ocupação de forma produtiva é
importante para cada um dos usuários ao longo do tratamento. Essa uma conquista
importante no processo para a ressocialização”.
Por
enquanto, a produção colhida vai direto para a panela como complemento do
cardápio dos próprios usuários do Centro. Todavia, a coordenação do Caps estuda
uma forma de comercializar os produtos, e o que for arrecadado será revestido em benefício dos próprios usuários.
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