sábado, 3 de outubro de 2015

Reportagem da Semana_3_10_2015

Usuários de álcool e drogas ganham um 
aliada no tratamento, a horta terapêutica

Para quem pensa que as atividades agrícolas se limitam apenas à zona rural e a plantar, cultivar e colher, esta completamente enganado. Uma experiência inovadora desenvolvida pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II), de Santa Izabel do Pará, no Nordeste paraense, mostra que essa atividade pode ser usada para muitos fins, inclusive como terapia.
O projeto entrou em funcionamento esta semana, e foi batizado como Horta Terapêutica. As técnicas de plantar, cultivar e colher estão sendo usadas como terapia no tratamento de 60 usuários assistidos pelo Centro. A horta tem 556 m² e nas leiras estão sendo cultivadas culturas como a alface, xero verde, pepino, couve, quiabo, feijão e abobora.
Jorge Luiz, de 33 anos, é um dos usuários do Centro. Há quatro anos ele luta para se livrar do vício do alcoolismo em definitivo, segundo ele, “este projeto é muito gratificante, não só para mim, como para meus colegas. Agora, a gente ocupa a mente com outras coisas. Eu entendo que o tratamento não pode ser limitado apenas aos remédios”. Além disso, o projeto tem também o caráter social, que está sendo encarado por muitos usuários como uma oportunidade profissional, “lá fora, a maioria das portas das oportunidades esta fechada para a gente, com as técnicas aprendidas aqui, nós podemos usar como uma profissão e tocara vida dignamente”, completa Luiz.
A horta terapêutica está sendo desenvolvido por meio de uma parceria entre as Secretarias de Saúde e Agricultura do município. De acordo com a enfermeira e coordenadora do Caps, Adriana Oliveira, “eu tenho percebido que eles estão ansiosos e felizes com o projeto; e eu, otimista com relação aos resultados, essa é uma forma diferenciada de tratamento. A ocupação de forma produtiva é importante para cada um dos usuários ao longo do tratamento. Essa uma conquista importante no processo para a ressocialização”.
Por enquanto, a produção colhida vai direto para a panela como complemento do cardápio dos próprios usuários do Centro. Todavia, a coordenação do Caps estuda uma forma de comercializar os produtos, e o que for arrecadado será revestido em benefício dos próprios usuários.

Por Haroldo Gomes 

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