quinta-feira, 8 de outubro de 2015

CRÔNICA DA SEMANA_08_10_2015_THOHG

Quem vai pagar a conta?

Se vivo estivesse, Freud explicaria o momento crítico por que passam a economia e a política brasileira? Até bem pouco tempo atrás o país vivia uma prosperidade aparentemente inatingível: sem miséria; sem fome; sem pobreza; chegando até a emprestar dinheiro aos companheiros de outros países.
Para quem pensa que as coisas estão soltas no mundo, engana-se. Relativamente tudo está conectado, há uma ligação, ou mais de uma. De uma forma ou de outra: com a causa, ou com o efeito.
A violência, por exemplo, é um fantasma iminente. Na condição de animais racionais não fomos preparados para conviver com a barbárie. Mas ela vem atingindo níveis altíssimos, ao ponto de ser definida como guerra urbana sem precedentes. O que isso tem a ver com a economia e a política?
Isso porque ao falar de crise econômica, fala-se de redução de consumo. O dinheiro não circula, e por conta disso muitas pessoas perdem seus empregos, e, no desespero, muitos se inclinam ao mundo do crime, das drogas. Contribuindo para o aumento da violência e das estatísticas.
Nos últimos meses temos assistido perplexamente a centenas de ondas de crimes e assaltos em séries. A maioria dos assassinatos com características de execução sumária. O mundo do crime por mais abominável que seja, tem suas próprias leis. Em geral, quem deve paga com a própria vida.
Mesmo o momento sendo crítico, nem de longe o país vive algo como o Crack de 1929, quando houve a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, que levou centenas de pessoas no desespero a atentaram contra a própria vida; e muito menos com os planos mirabolantes do Governo Sarney. Contudo, o brasileiro perdeu o otimismo, e não se fala numa recuperação de retomada de crescimento econômico em curto prazo.
O governo e sua equipe ministerial só falam em aumentar ainda mais a carga tributária para arrecadar fundos para tapar o rombo da dívida pública em 2016, cifras que ultrapassam os R$ 30 bilhões.
Os três Poderes – que deveriam ser harmônicos – não se entendem e travam uma batalha ideológica em torno de suas conveniências. Enquanto não há dinheiro para reajuste salarial dos servidores públicos, vários órgãos estão em greve.
Cortar a própria carne requer sacrifícios. Mas isso é coisa obstante, fora de cogitação. Barganhas e mais barganhas... Ministros do STF aprovam reajuste de seus salários, enquanto o Senado compra carros de luxo; isso sem contar o que sai pelos ralos da corrupção. 
Não existem milagres econômicos. Poupar e o uso racional do dinheiro público ainda são os caminhos mais simples, a outra, é seguir os conselhos dos economistas: gastar menos do que se arrecada, sempre. Neste quesito, os governos são irredutíveis. Desta forma, gerando saldos negativos, e a conta, acredite, sempre será debitada para o contribuinte. 
Com tantos programas sociais, ajudinhas (pedaladas) a setores mais privilegiados que outros seria miopia não prever que uma hora iria faltar dinheiro. Por conta isso, o retorno da inflação era só uma questão de tempo.
O brasileiro é conhecido pela forma como dá um jeitinho em tudo; só que o momento exige muito mais que isso. Por outro lado, difícil prever o caminho deste cenário de crises, muito menos se o país seguirá o destino da Grécia. Por enquanto, melhor seguir a dica do cantor Ivan Lins: “Desesperar jamais, aprendemos muito nesses anos, afinal de contas não tem cabimento, entregar o jogo no primeiro tempo...”.##THO HG

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