Quem vai pagar a conta?
Se
vivo estivesse, Freud explicaria o momento crítico por que passam a economia e
a política brasileira? Até bem pouco tempo atrás o país vivia uma prosperidade
aparentemente inatingível: sem miséria; sem fome; sem pobreza; chegando até a
emprestar dinheiro aos companheiros de outros países.
Para
quem pensa que as coisas estão soltas no mundo, engana-se. Relativamente tudo
está conectado, há uma ligação, ou mais de uma. De uma forma ou de outra: com a
causa, ou com o efeito.
A
violência, por exemplo, é um fantasma iminente. Na condição de animais
racionais não fomos preparados para conviver com a barbárie. Mas ela vem
atingindo níveis altíssimos, ao ponto de ser definida como guerra urbana sem precedentes.
O que isso tem a ver com a economia e a política?
Isso
porque ao falar de crise econômica, fala-se de redução de consumo. O dinheiro
não circula, e por conta disso muitas pessoas perdem seus empregos, e, no
desespero, muitos se inclinam ao mundo do crime, das drogas. Contribuindo para
o aumento da violência e das estatísticas.
Nos
últimos meses temos assistido perplexamente a centenas de ondas de crimes e assaltos
em séries. A maioria dos assassinatos com características de execução sumária. O
mundo do crime por mais abominável que seja, tem suas próprias leis. Em geral,
quem deve paga com a própria vida.
Mesmo
o momento sendo crítico, nem de longe o país vive algo como o Crack de 1929,
quando houve a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, que levou centenas de
pessoas no desespero a atentaram contra a própria vida; e muito menos com os
planos mirabolantes do Governo Sarney. Contudo, o brasileiro perdeu o otimismo,
e não se fala numa recuperação de retomada de crescimento econômico em curto prazo.
O
governo e sua equipe ministerial só falam em aumentar ainda mais a carga
tributária para arrecadar fundos para tapar o rombo da dívida pública em 2016,
cifras que ultrapassam os R$ 30 bilhões.
Os
três Poderes – que deveriam ser harmônicos – não se entendem e travam uma batalha
ideológica em torno de suas conveniências. Enquanto não há dinheiro para
reajuste salarial dos servidores públicos, vários órgãos estão em greve.
Cortar
a própria carne requer sacrifícios. Mas isso é coisa obstante, fora de
cogitação. Barganhas e mais barganhas... Ministros do STF aprovam reajuste de
seus salários, enquanto o Senado compra carros de luxo; isso sem contar o que
sai pelos ralos da corrupção.
Não
existem milagres econômicos. Poupar e o uso racional do dinheiro público ainda
são os caminhos mais simples, a outra, é seguir os conselhos dos economistas:
gastar menos do que se arrecada, sempre. Neste quesito, os governos são
irredutíveis. Desta forma, gerando saldos negativos, e a conta, acredite,
sempre será debitada para o contribuinte.
Com
tantos programas sociais, ajudinhas (pedaladas) a setores mais privilegiados
que outros seria miopia não prever que uma hora iria faltar dinheiro. Por conta
isso, o retorno da inflação era só uma questão de tempo.
O
brasileiro é conhecido pela forma como dá um jeitinho em tudo; só que o momento
exige muito mais que isso. Por outro lado, difícil prever o caminho deste
cenário de crises, muito menos se o país seguirá o destino da Grécia. Por
enquanto, melhor seguir a dica do cantor Ivan Lins: “Desesperar jamais, aprendemos muito
nesses anos, afinal de contas não tem cabimento, entregar o jogo no primeiro
tempo...”.##THO HG
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