terça-feira, 17 de novembro de 2015

CRÔNICA DA SEMANA_17_11_2015.

O contraditório e o avesso
 
Recentemente, um ministro de governo foi questionado sobre sua opinião em relação às acusações feitas ao deputado federal e presidente da Câmara, Eduardo Cunha; ele se posicionou utilizando a argumentação de que “a marca da democracia é o contraditório, ou seja, o direito à ampla defesa. Até ele ser condenado, não cabe juízo de valor”.
Boa estratégia! É o discurso da neutralidade. Porém, contra os fatos não há argumentos. Em tese! O assunto é pauta obrigatória na imprensa e nas rodas de conversas em qualquer lugar. Mesmo para aquelas que não gostam de jogos de azar e de política, de alguma forma já fizeram suas apostas: a maioria acredita que vai terminar em pizza, como a maioria dos casos desta natureza; enquanto que a outra parte, conta os dias e as horas para que Eduardo Cunha perca as prerrogativas de parlamentar e presidente. Vamos aguardar!
Cunha é sisudo e já deixou claro que não mentiu e não deixará o cargo. E se o fizer, levará outros consigo. Uma psêuda confissão!? Existem muitos outros porquês nas entrelinhas: Cunha se declarou oposição à presidente Dilma Rousseff, com o intento de angariar mais status e poder. Desta forma, utiliza o artificio como moeda de troca no aceite ou não dos pedidos de impeachment contra a presidente. É o custo benefício político: o PT não gosta de Cunha; se Cunha não atrapalhar a presidente Dilma, o inimigo fica blindado, e se aplica a lei de Newton ao caso: se não tem ação, não tem reação. Fisiologismos de poder!
No meio disso tudo, do toma lá, dá cá, das hostilidades maquiadas, os dois personagens estão em pé de igualdade, quando o assunto é quebra de decoro e improbidade, ambos são equânimes. Traduzindo: MENTIROSOS.
Os escândalos políticos são inerentes às democracias liberais, como é o caso do Brasil. Após a redemocratização, entra presidente, saí presidente, e os escândalos se evidenciam com frequência, cada um maior e mais grave que o outro. Exemplos não nos faltam.
Os escândalos se devem aos acirramentos dos interesses políticos, partidários e pessoais, em que os embates saltam às artérias, é o vale tudo do poder pelo poder. Cunha e Dilma sabem que suas imagens estão desgastadas, haja vista que a todo instante novos fatos surgem, o que agravam suas situações perante a opinião pública.
Por outro lado, a quantidade e a gravidade de mazelas parecem não ter ainda extrapolado o bom senso, o limite da paciência e da tolerância, tanto que o efeito dos escândalos só tem impacto na mídia; fora dela, não tem surtido o efeito mobilizador capaz de provocar reações maiores, mais contundentes. As repercussões duram até outra surgir, cada vez maior e mais complexa.
Se é de alento que vivemos, uma boa dose veio por meio das revelações feitas pelo ex-presidente Lula, ao admitir recentemente que Dilma e o PT mentiram para ganhar a eleição. Isso todos já desconfiávamos. Se existem pelo menos três verdades, já sabemos da minha e da sua, e quanto a deles? Não se espera que Cunha e Dilma façam o mesmo que seu compatriota populista, que sem saída, ceifou a própria vida para entrar para a história. Mas de qual história estamos falando mesmo?##THO HG

Nenhum comentário:

Postar um comentário