segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Crônica_da_Semana_04_01_15_THO HG

Vai que cola!

A máxima de que “nada se cria, tudo se copia” continua em voga e a inspirar a classe política brasileira mais e mais, principalmente os que a Operação Lava Jato têm revelado. Quando seus nomes são citados nas investigações, ou nas delações premiadas, é de praxe a boa imprensa procurar ouvir a fonte, seus assessores ou ainda seus advogados, para darem explicações. Se bem que dá explicações não é uma tarefa fácil, e se o acusado/citado tem culpa no cartório, pior ainda!
Cada animal, cada ser, busca na própria natureza os meios para sua autodefesa e sobrevivência. É a lei da selva, inclusive a de pedra. No meio animal, a avestruz, é um bom exemplo disso: ela encosta a cabeça no chão para ouvir melhor a aproximação de predadores, na verdade uma tática utilizada como camuflagem, pois, deixa à mostra apenas o corpo coberto de penas, de longe, parece um arbusto. Às vezes dá certo; quando dá errado: é devorado. A exemplo do que a Lava jato tem feito. Pouquíssimas camuflagens têm logrado êxitos.   
Quem tem o habito de ler ou assistir aos telejornais já percebeu que a camuflagem utilizada pelos políticos quando são citados ou denunciados são comuns e repetitivas, já viram até clichês: “meu cliente é inocente e vai colaborar com a justiça, com as investigações; só me pronunciarei quando for notificado oficialmente; ou ainda, só falarei em juízo”. É uma tática momentânea para desviar o foco. Às vezes, não vale a pena ouvir de novo, mas faz parte da regra o jogo. A democracia tem dessas coisas, antes de uma eventual condenação, qualquer juízo de valor prévio é crime.
É àquela coisa: um dia da caça, outro do caçador! Na selva de pedra, os que gozam de imunidade, mandato, com mais poderes e influências vão além, se utilizam de artifícios e procuram obstruir as investigações, empurrando e manobrando para escapar ileso. A camuflagem tem dado certo para alguns até certo tempo; uma hora o predador vence. É com esse consenso na busca de bom senso e da prevalência da justiça sobre a ilegalidade que a maioria da sociedade se apoia e torce para que o fim seja nessa ordem. Para muita gente o fato da avestruz enfiar a cabeça no buraco quando se sente acuada não passa de lenda, como nos desenhos infantis. No mundo real o número de camuflados aumentando em escala geométrica, se continuar assim, logo, logo, faltará espaço para tanto buraco; assim como ocorre com os cemitérios públicos país a fora. Mas neste acaso é outra história. Afinal de contas, nada é para sempre e os caciques de Brasília ainda bem não são eternos. Ufa!##THO HG

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