segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

CRÔNICA DA SEMANA_18_01_2016_THO HG



De heróis e azarões todos temos um pouco!



Houve um tempo, não muito distante da lembrança que nós, ou pelo menos boa parte dos brasileiros, julgávamos que só os estrangeiros poderiam fazer feitos notáveis e por eles serem elevados aos patamares de fenômenos, ícones, heróis etc.
Não sei os porquês e nem de onde advinha tal pensamento, ou mesmo se ainda perdura. Fato é que nos últimos tempos notáveis brasileiros têm mostrado a nós mesmos e ao mundo o quanto somos capazes. Afinal, caminhar é preciso, mesmo que no caminha haja obstáculos. Saltá-los se faz necessário para se chegar ao objetivo.
Ouvimos por muito tempo dizerem que o último grande herói brasileiro foi o piloto de F1, Ayrton Sena. Devido à sua maneira ímpar de conduzir seu carro muitas vezes no braço – isso, numa época em que a técnica e a perícia do piloto falavam mais alto que a tecnologia existente hoje em dia -. Sua especialidade era ultrapassar onde a lógica não permitia e conduzia seu carro na chuva com maestria. Sua coragem atraía fãs ao esporte e ao piloto, assim como eu. Após as vitórias, ele segurava em uma das mãos a bandeira brasileira no trajeto do circuito onde vencia. Atitude que enchia de orgulhos a nação. Porém, no seu caminho tinha uma curva; e ele se foi!
O Brasil já não é mais país do futebol; nem por isso milhares de crianças, jovens e adultos deixaram ou deixam de acreditar que ele pode ser a senha para o sucesso. Como fez recentemente o humilde jogador de futebol Wendell Lira (27).
Ele chegou à festa de premiação caladinho, sem flashes, sem causar alarde. Porém, bastou anunciarem seu nome como vencedor do gol mais bonito da temporada - conhecido como Prêmio Puskas - para ele ser reverenciado por todos, com todos os méritos.
Fora o gol antológico de bicicleta, o que chamou a atenção mesmo foi sua humildade, expressa em suas palavras ao citar a Bíblia: “quando Golias apareceu, todos falavam que ele era muito grande e forte. Davi olhou para ele e disse: ele é muito grande não tem como errar. É assim que temos que lidar com os problemas da nossa vida e é assim que agradeço a todos, muito obrigado!”.
Quem poderia imaginar que até então um desconhecido, um ‘pequeno-grande’ homem poderia derrotar Golias como Messi (Real Madri) e Florenzi (Roma)? É um feito para poucos Davis. Uma lição para todos nós, ao crível, do quanto somos capazes.
Após percorrermos campos de futebol e pistas de Fórmula 1, que tal pegarmos umas ondas? Não diga que não é capaz! Não contrarie a lógica e ao Wendell Lira. Os esportes têm sido trampolins quando o assunto é projetar muitos de nossos brazucas ao sucesso. São tantos, de enormes valores, cada um merece uma crônica como está para si. Mas vamos à diante. Esta já se encaminha para o fim.
Nas duas últimas temporadas as ondas estiveram boas para os brazucas, que alcançaram o topo de um esporte em que eram tidos como meros coadjuvantes: o surf. Isso até 2014, quando Gabriel Medina se tornou o primeiro campeão da categoria principal. No ano seguinte, Mineirinho, o Adriano de Sousa, repetiu o feito. Histórias de vida, de superação, que tiveram finais felizes e elevaram a estima das pessoas, de futuros atletas que têm sonhos e objetivos semelhantes, que ainda não deram o primeiro passo, ou estão engatinhando.
Os exemplos anteriores servem como ingredientes para incentivar novos adeptos, assim novos talentos vão surgindo e fazendo do Brasil um celeiro de grandes atletas. Se é de inspiração que se vive a vida, não poderia deixar de citar Raul Seixas: “não diga que a vitória está perdida, tenha fé em Deus, tenha fé na vida, tente outra vez”, ou quantas forem necessárias, a persistência é que nos leva ao sucesso.  
Guga, Marta, Falcão, Anderson Silva, Arthur Zanetti e tantos outros não me deixam mentir. Eles já deram seus recados. Não precisamos ser o país do futebol para sermos notáveis. Pátria não se faz só com chuteiras, afinal de contas, podemos não ter mais a posse da bola, todavia, o mundo ainda gira para todos. Só não da pra ficar aí parado achando que só os outros é que podem se superar! ##THO HG

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