sexta-feira, 6 de maio de 2016

CRÔNICA DA SEMANA_06_05_2016_THO HG

O melhor do Brasil é o brasileiro?  

O título é seguido de interrogação por uma singela dúvida: o que fazem os mais de 11 milhões de brasileiros desempregados neste momento? Aí veio a necessidade de fazer outra pergunta, diante do quadro tão deprimente, o melhor do Brasil ainda é mesmo o brasileiro?
São 22 milhões de mãos paradas, sem fazerem nada. Sem dinheiro não há consumo, sem consumo a roda da economia não gira, e se ela não girar, perde o grande, perde o pequeno. Perdem todos! O mergulho profundo na recessão e à crise econômica reduziram a quase zero 11 milhões de pessoas com vontade de trabalhar, que precisam urgentemente produzir e conseguir renda para se manter, manter suas famílias, as contas em dia. Mas tá difícil, a luz no fim do túnel está longe do alcance dos olhos.  
Os noticiários diariamente revelam rostos desfigurados, desesperados, todos os dias, nas filas dos órgãos que lidam com o emprego. As cenas emblemáticas nos remetem ao conceito que diz que o trabalho é que dignifica o homem. E sem trabalho o homem representa o que para a sociedade?
Na outra ponta da situação reside um discurso político feito sobre medida, nem sempre oportuno, de apontar culpados. A exemplo do que estamos vendo e ouvindo há cerca de um ano, na mídia. Se tudo vai bem ou aparentemente, “o governo é meu”, é propagado em primeira pessoa; do contrário, “a crise é nossa”, “o problema é de todos”.
Não tem volta o tiro disparado e a palavra proferida. Assim sendo, quando a barriga alardeia a fome, qual o sentimento de um trabalhador, de um pai de família, desempregado ao assistir aos jornais que o país está em crise, e mesmo assim, o que ele vê é corrupção para todo lado e desvios de dinheiro, muito dinheiro dos cofres públicos? Ele e os mais de onze milhões sem poderem fazer nada, morrendo à míngua, com forme, sem saúde, sem segurança, sem... Em resumo, só com a esperança de que isso tudo passe e o cenário e a realidade mudem.
Não adianta lamentar o leite derramado. Em casos assim, é melhor cuidar do que ainda restou e colocar a chaleira de volta ao fogo. Se tem um lugar onde milagres não ocorrem, esse lugar é na economia. Se há milagres, ele é operado pelas mãos dos trabalhadores e trabalhadoras que transformam a matéria prima em produtos para serem consumidos, exportados...
No meio disso tudo reside um sentimento unânime: para que o que está ruim não piore ainda mais. A banana tá cara? É a comida que restou? Dê-se por satisfeito! Pois se olharmos para trás veremos outras pessoas em situação desesperadora juntando e comendo as cascas de banana que foram jogadas. Afinal, quem tem fome tem pressa! 
SIM! O exército de brasileiros desempregados tem fome. Fome não só de encher a barriga, como também de justiça e de emprego, de tirar o nome da lista de inadimplência, de recuperar a dignidade que os corruptos usurparam não só dos trabalhadores, mas do país, que como caranguejo depois de caminhar para frente, agora, caminha para trás. 

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