Aos
83 anos, hoje o povo te abraça
mais forte, Santa Izabel do Pará
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Complexo esportivo: principal cartão postal da cidade, na entrada, sentido de quem vem de Belém. |
Uma vasta programação artístico-cultural
marca durante todo o dia de hoje (7) as comemorações de aniversário dos 83 anos
de Santa Izabel do Pará. Localizada às margens da BR 316, o município é
conhecido na região e até fora do país como a cidade dos igarapés, além da
ampla vocação para o turismo ecológico e também pelas iguarias feitas a partir
da farinha de tapioca. Seu povo mira o futuro sem abrir mão dos valores socioculturais.
O clima de festa por parte dos
cidadãos contrasta com a missão que seus gestores terão pela frente, que é superar
ou mesmo minimizar problemas estruturais como saúde, segurança e geração de
emprego, fazer com que os munícipes não se desloquem para outros municípios em busca
de oportunidades.
Seu Itamar Fernandes Ribeiro,
memorialista, escritor e ex-prefeito, no alto de seus 77 anos, não hesita em
afirmar que “hoje não há muito o que comemorar. Houve um tempo que sim; mas
hoje não! A cidade parou no tempo”. Ainda segundo ele, “nos últimos dez anos que
o município começou a dar os primeiros passos para deixar de ser um centro agrícola,
uma vez que o comércio vem procurando acompanhar e atender as necessidades do
izabelense e de pessoas de outros municípios que aqui vem fazer compras”.
Esse misto de resgate da memória, preservação
e desenvolvimento futurístico se funde com os valores culturais, sociais e
familiares que se encaixa perfeitamente a um projeto estético chamado “izabelismo”,
desenvolvido pelo jornalista e escritor Luiz Augusto Paixão (31) com um grupo
de amigos. Para Augusto, aos 83 anos, Santa Izabel, tem muito o que comemorar,
sim. “Mesmo o nosso povo não tendo muitas oportunidades aqui, a maioria vai e
volta. Essa é uma marca que vem desde o início da sua história, mesmo com
tantas adversidades, quem vai, em geral retorna, por ser o melhor lugar para se
viver. Essa é a nossa grande marca”.
Convergência
“Uma prova do que falei anteriormente sobre
a falta de oportunidades, com relação à geração de emprego e renda pode ser comprovada
a cada quatro anos, como agora, você não pode nem circular pelos corredores da
prefeitura e secretarias, toda cheias de pessoas em busca de uma ocupação, e
esse local ainda é a Prefeitura”, exemplifica seu Itamar. O jornalista Augusto completa,
“essa é uma marca das elites dominantes que se revezam no poder há décadas e
utilizam este artificio com fins eleitoreiros. Para acabar com isso, o remédio é
o exercício pleno da cidadania e a educação para tirar a cidade desse atraso e colocá-la
no caminho do desenvolvimento pleno”. Porém, seu Itamar enxerga pontos
positivos e avanços, a exemplo das culturas hortifrutigranjeiras, que juntas colocam
a cidade como uma das mais bem assistidas, chegando, inclusive, a exportar seus
produtos para outros estados, além de gerarem emprego e renda.
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Foto 1, seu Itamar Fernandes; ao lado, na foto 2, o jornalista e escritor Luiz Augusto Paixão. |
O
que os define izabelense hoje?
“O senso de humor do izabelense como antídoto
para superarmos as adversidades da vida cotidiana”, Luiz Augusto Paixão.
“Sou suspeito em
falar. Para mim é o melhor lugar do Mundo. Digo isso porque o povo me deu a
oportunidade de ser seu representante. Coisa que jamais havia imaginado. E por
isso sou muito grato a Santa Izabel e ao seu povo”, Itamar Fernandes Ribeiro.
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