domingo, 13 de julho de 2014

Dez motivos sobre a Copa de 2014 para esquecer e refletir

Por Haroldo Gomes

Em apenas duas partidas a seleção brasileira tomou dez gols. Sete da Alemanha e três da Holanda. Esta última, na tarde-noite do sábado, 12 de julho, em partida válida pelo terceiro e quarto lugares. Desta forma, apática, sem gritos, em meio ao silêncio no estádio os jogadores e a comissão técnica sequer ficaram em campo para prestigiar a solenidade de entrega de premiação à Holanda, terceira colocada no Mundial.
O que deu errado? Lembram-se daquele comercial? Àquele em que um gordinho, garoto propaganda, mostrava o esquema tático para se vencer a Copa: em que, se pega a bola, cruza pra direita, inverte, vai, vem e passa pro fuleco? Foi exatamente o que aconteceu!
Em todos os jogos a seleção teve maior posse de bola, mas o fuleco não soube o que fazer com a bola, e também não resolveu!
Foi a Copa das lamentações em que pouca coisa, ou quase nada deu certo. A nação retomou o sonho de 1950, de sediar uma Copa, de jogar em casa, e o que é pior, de ganhá-la jogando no Maracanã. Mas no templo do futebol, o tempo e a ausência de coletividade, de um esquema de jogo não permitiram que a seleção sequer jogasse lá.
O país é do futebol sob o prisma da exportação, dos 23 selecionados, 21 jogam em outros países, outros continentes, alguns sequer jogaram em algum clube brasileiro. Temos bons jogadores, aliás, excelentes jogadores. Mas, a comissão técnica subestimou aos adversários, a inteligência ao jogar com esquema, o qual os jogadores e as seleções europeias conhecem muito bem, só poderia dar no que deu. Catástrofe!
A organização tentou de tudo para criar uma marca que caracterizasse o povo brasileiro e o país da Copa. Um jingle, o mascote (Fuleco), ou mesmo fazendo barulho, com a tal Caxirola, que não foi vista nos estádio.
O país da bondade exacerbada nem precisou desses elementos e de protestos para ganhar notoriedade nos noticiários internacionais. Os estrangeiros entraram, badernaram, venderam ingressos com valores superfaturados ganharam muito dinheiro, alguns foram presos, outros soltos, e outros fugiram etc. etc. Cena comum no Brasil.
Antes de seguirmos à canção, de sacudirmos a poeira, levantarmos a cabeça e darmos a volta por cima é preciso, antes de tudo, deixarmos para trás - o que levará algum tempo - a síndrome de tatu, de cavar o próprio buraco e nos enterrarmos vivos dentro. Quem pensou no fuleco como mascote da Copa já sabia deste triste fim. Só ele não deve estar decepcionado. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário