quinta-feira, 31 de março de 2016

CRÔNICA DA SEMANA_31_03_2016_THO HG

A revolta da mentira!


Como metástase a crise se institucionalizou e perpassou as barreiras da economia, tornando-se um duro golpe que atingiu com um cruzado de esquerda os queixos dos valores éticos e morais. Há tempos covalência. Porém, o prejuízo pode ser ainda maior. Uma vez que de repente, mais que de repente o Brasil da prosperidade, de todos por todos, deixou de ser o país de todos. Passando à condição semelhante a da Alemanha, nos tempos da guerra fria: de um lado, a Oriental; e de outro, a Ocidental. E bem no meio o muro da vergonha!
É cultural, estados, países e até nações protagonizarem embates em torno de conveniências políticas ou ditatoriais para justificarem suas hegemonias. O que chama atenção mesmo é a nossa cultura em promover revoltas populares ou político-sociais. Da velha à contemporânea República elas se tornaram signos e teimam em nos acompanhar. Ainda dá para lembrar algumas com a ajuda dos livros de história. Entre as messiânicas teve a revolta de Canudos, e como expoente Antônio Conselheiro que teve a cabeça decapitada e exposta como troféu para o governo de Prudente de Moraes. Tudo porque o messiânico arregimentou uma legião de seguidores em nome de uma comunidade menos injusta e mais acessível. Alguma semelhança com o contexto de agora?
Até para tomar vacina se tem registros de revoltas contra ela, também batizada de revolta da vacina. Osvaldo Cruz, seu grande mentor, vislumbrou o Rio de Janeiro como a “Capital do Progresso”. O que resultou em uma revolta por parte do povo que contestou além da vacina, o alto custo de vida, o desalojamento e o autoritarismo dos funcionários do governo. Por conta disso, entraram em cena as forças armadas e os bombeiros. Vencidos, os revoltosos foram deportados para o Acre. As doenças como a varíola e a febre amarela foram erradicadas; já a “Capital do Progresso” se favelizou.
Em geral, o povo foge e o bicho vence! Mas quando o povo se une a alógica se inverte. E é o que está prestes a acontecer e o esboço virar arte final. Em pleno século XXI o povo está indo novamente às ruas, de Norte a Sul, com faixas, cartazes, vestidos com roupas nas cores da bandeira brasileira e gritando palavras de ordem e dando corpo a mais uma revolta. Agora, a revolta é contra a mentira.
No epicentro, os desmandos do PT e seu líder maior, Luiz Inácio Lula da Silva, e sua retórica de causar inveja: não viu nada, nada sabe e nada tem a dizer; nega veementemente que o tríplex e o sítio em Atibaia não são seus. Como caça acuada, tenta se tornar ministro de Estado e adquirir foro privilegiado. A justiça então tirou a venda dos olhos, e desconfiada dos fortes indícios de Lula ter mentido e não ter declarado os bens supostamente adquiridos ilicitamente com dinheiro desviado da Petrobras, coercitivamente o levou para depor, e aí teve início a revolta.
A revolta atual tem elementos atípicos, uma vez que envolve a própria massa, embora esteja dividida. De um lado, os que querem Lula na cadeia e que defendem as ações da justiça. De outro, os que dizem que é um golpe, que é uma ação orquestrada, exagerada para deslegitimar o governo petista, hoje, comandado por Dilma Rousseff. E bem no meio disso tudo, um novo muro, o muro da hipocrisia, da lamentação e do retrocesso... Engessaram o Congresso e o país parou! O preço dos produtos, como a gasolina sobe quase todo dia, as pessoas morrem sem atendimento na fila do SUS, e os usuários do INSS não conseguem sequer laudos para poderem retornar ao trabalho. Longe das ideologias pró e contra a mentira: definitivamente o povo, contra ou a favor está à mingua.
Os revoltosos contra a mentira, caso sejam derrotados, terão o triste destino como os desafortunados do RJ que foram deportados para o Acre? Se a revolta é contra a mentira, é porque existe uma verdade, ou melhor, muitas verdades. Nesse sentido, o filósofo Descartes sugere que se deva acreditar num fato ou opinião quando este passar pelo crivo da dúvida. Pela reverberação país afora parece já não haver dúvidas; e sim, uma intenção velada da mentira em ser ocultada.
Em tese, a sabedoria popular diz que o mal nunca vence o bem. Assim sendo, a mesma regra vale para mentira e verdade. Que o fim tenha roteiro teledramatúrgico: em que os mocinhos vencem e o final é feliz!##THO HG

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