terça-feira, 27 de março de 2012

Enquanto as eleições não chegam...


Por Haroldo Gomes 
Nos últimos meses vários programas de rádio e TV, jornais impressos, blogs, twitter, facebook, nos corredores da administração municipal, o assunto em voga na maioria das vezes é o mesmo: quem será o próximo prefeito de Castanhal?
Uns acham que já está tudo definido, outros adotam a tática de que é preciso esperar um pouco mais e ampliar o diálogo com a maioria dos partidos para que se mantenha um grupo homogêneo em torno da manutenção do poder.
No meio desse fogo cruzado de informações, na maioria das vezes, desconexas alguns pontos chamam atenção, entre eles o fato das especulações negligenciarem problemas como o do trânsito de nossa cidade, que não é nenhum exagero afirmar que está cada dia mais caótico. Novos condomínios verticais e horizontais todos os meses começam a ser erguidos sem fiscalização e estudos sobre os impactos ambientais. Cadê a secretaria de Meio Ambiente, que há anos só existe no papel? Tem muito mais coisas para se resolver, isso sim deveria pautar os debates para que seja cobrado do próximo gestor.
A pouco mais de sete meses para as eleições municipais os nomes que serão apresentados aos eleitores para apreciação e escolha estão no campo da obscuridade. Isso ocorre porque o desgastado modelo de democracia vigente no Brasil nos obriga a votar. Caso o voto fosse facultativo nossas prévias e seus pretensos candidatos estariam a essa altura nas ruas em busca de convencer os eleitores. Como ocorre nos Estados Unidos.
Certo dia, durante uma de minhas últimas aulas na faculdade de comunicação, o professor Mauro Maia me disse uma frase que se ajusta muito bem com o momento de dúvidas e incertezas sobre a política castanhalense: “toda ação humana como uma construção tem que ser pensada e refletida. Se esses exercícios não forem feitos, nossas ações certamente se tornarão meras obras do acaso, e talvez não tenha importância alguma”.
Em outro momento distinto, mas como o mesmo teor, o prefeito Hélio Leite chegou para o lançamento de uma campanha em um posto de saúde da cidade, ao descer do carro viu algo de errado no local, chamou a mim e outros colegas de imprensa e nos disse: “eu estou prefeito, daqui alguns meses acaba meu mandato, eu saio e vocês vão continuar. Cada um de vocês também é um prefeito, por isso tem que me ajudar a administrar esta cidade, afinal, ela é nossa”.
“Só há duas maneiras de se fazer política. Ou se vive para a política, ou se vive da política”, afirma o filósofo Max Weber em sua obra “Ciência e Política: Duas Vocações”. Em consonância com a segunda opção a cegueira pelo poder a cada dia acomete mais pessoas. E sem visão eu não acredito que alguém caminhe sozinho. Mas acredito que ainda há tempo para se definir o que queremos de melhor, não só para cada um, mas para Castanhal como um todo pelos próximos anos.
Publicado no jornal Folha Regional em: 1/04/2012.

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