sábado, 3 de março de 2012

Comunicar é preciso. Acesso aos meios uma necessidade.


 by Haroldo Gomes
Novas tecnologias chegam todos os dias como uma revolução irreversível em nossas vidas. Em pouco tempo ninguém mais consegue viver sem elas. Em qualquer comunidade Brasil a fora por mais longínqua que seja está conectada, ou acelerando esse processo. Quem consegue ficar distante do celular, laptop, tablete etc.? São companhias inseparáveis. Tornaram-se nossa segunda pele.
A quantidade de funções aumenta e o tamanho dos aparelhos diminui. O sentido plausível que explica o consumo cada vez mais corrente atende por mobilidade. No ano passado à venda de smartphones superou a de PCs. Em todo o mundo foram vendidos 488 milhões de celulares inteligentes contra 415 milhões de computadores.
O Brasil tem hoje mais aparelhos de celular que pessoas. Tudo que acontece no mundo, em nosso País, em nossa cidade circula em fração de segundos pelas redes sócias e sites de notícias. Os celulares e computadores portáteis são protagonistas da difusão midiática de informação.
Ficar de fora dessa imensa aldeia global é como ser colocado em uma prisão em regime fechado. E o público é cada vez mais jovem. Tenho conversado com alguns pais e o relato é quase sempre o mesmo: filhos havidos ao consumo de celulares com acesso à internet e com bluetooth, e notebooks. A cada dia aumenta o contingente de pessoas à procura de fazer parte do mundo digital. 
Reeducar-nos ao exercício da comunicação interpessoal e sermos menos individualistas nos parece complicado; algo como tese de doutorado em sociologia ou antropologia. Mesmo que pese no bolso, essa cultura perpassa valores como o econômico. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações [Anatel] o único Estado da federação onde há menos de um celular por habitante é no Maranhão. No ano passado o crescimento de linha por habitantes cresceu 18,33% e os responsáveis por esse impulso foram as regiões Norte e Nordeste. O Brasil tem hoje mais 124 celulares para cada cem habitantes.
O consumo desenfreado desses acessórios eletrônicos inseparáveis é desencadeado pelo bom momento econômico que vive o País. Por outro lado, lamentavelmente se houver um blackout, ou ficarmos sem acesso à internet durante dias, milhares de pessoas que só se comunicam por meio de celulares, tabletes e laptops, tornar-se-ão pessoas ainda mais solitárias em busca de luz no fim do túnel.

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