Uma pena, “roubômetro” só faz
sucesso na imprensa!
Outro dia
fiz uma crítica, em uma rede social, sobre a crescente onda de violência (roubos,
assaltos e latrocínios) que assola nosso país. Por conta disso fui taxado por
um colega jornalista de “apocalíptico”. Coloquei entre aspas, pois não sei a
sua real intenção sobre meu ponto de vista. A adjetivação se deu porque eu
reprovara a ação do retorno dos ladrões de bicicletas. Logo as magrelas que não
poluem o ar e podem ajudar a diminuir o caos no trânsito das grandes cidades.
Embora os
órgãos de segurança pública procurem explicações para amenizar a situação dizendo
que os índices baixaram em determinada localidade, a situação é cada vez mais corriqueira
e caótica.
Nem por
isso, nós cidadãos de bens, nos damos por vencidos. Para fugirmos da violência
o jeito encontrado foi construir verdadeiras fortalezas e nos refugiarmos
dentro delas. Olhando bem, parecem pequenos castelos: muros altos, grades, cerca
elétrica, circuito de câmera, segurança particular, vale de tudo; mas nem
sempre dá certo, ou surte o efeito desejado. É lamentável!
Nem aqueles
adesivos ou placas com os dizeres: “SORRIA, vocês sendo filmado”! Já não faz
sucesso e não tem o efeito desejado, já que era uma das formas de inibir as
ações criminosas. Pois agências bancárias, condomínios de luxo que dispõem de
todo o aparato de segurança são alvos frequentes. E o que dizer da vulnerabilidade
das nossas humildes residências?
A arma encontrada em alguns casos é a ironia, como fez um morador de um
bairro em Vitória (ES), no início deste ano, ele instalou um “roubômetro” que é
abastecido com dados estatísticos colhidos entre moradores e comerciantes da
região. O quadro foi uma forma de chamar a atenção para a falta de segurança. E
surtiu efeito! Menos de 24 horas depois de ter sido colocado, o quadro já havia
registrado 10 assaltos, destes apenas 4 viraram um BO (Boletim de Ocorrência).
Já em Presidente Dutra (MA), um
comerciante do ramo de venda de acessórios e aparelhos celulares fechou a sua
loja este mês, por causa dos constantes assaltos. As portas estão baixadas, mas
na sacada encontra-se uma faixa com o “robômetro”, que contam as datas em que a
loja foi assaltada e mais alguns desabafos...
A medida sarcástica vem ganhando
adeptos país afora. É uma forma de chamar atenção dos governos estaduais,
municipais e federal. E ao que tudo indica é uma alusão ao impostômetro, que
afere diariamente a quantidade de dinheiro arrecadado em impostos para o governo.
Há um trocadilho perfeito que se encaixa
ao cenário atual: “se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come”. Já não
sabemos qual deles é o mais nocivo à nossa sobrevivência, se os criminosos ou se
o governo. Afinal de contas, se conseguirmos trabalhar ao longo de um ano, temos
que destinar cinco meses e oito dias só para pagarmos nossos impostos ao governo.
O restante, o crime organizado quer levar. Só para se ter uma noção, de 1° de janeiro
deste ano até agora, segundo dados do site impostômetro.com.br. já foi para os
cofres do governo R$ 1 trilhão, 123 bilhões e 450 milhões... E o retorno? E a
segurança pública? E agora, José? E agora, você?
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