sábado, 5 de setembro de 2015

CRÔNICA DA SEMANA_05_09_2015

O “salvador da pátria” prepara seu retorno
Lula, enquanto presidente, sempre foi hostilizado pelos jornalistas, em geral, por conta das declarações incoerentes e recheadas de gafes, atropelos à língua portuguesa etc. Cá pra nós: relevável, pois, diante do que estamos assistido e acompanhado nos últimos meses, em Brasília, digamos que as peripécias de Lula viraram fichinhas, em determinados casos, até insignificantes...
É cômico e ao mesmo tempo trágico. Afinal, toda tragédia que se presa tem que fazer vítimas, para se justificar. As crises, a inflação, a recessão estão aqui, massacrando os brasileiros outra vez, ou quase todos, e para tampar os rombos da dívida pública, uma solução fantástica e inovadora do governo: aumentar impostos, a carga tributária. Dando pano às mangas para a queda de braço envolvendo os ministros da Fazenda e do Planejamento. É crise interna? Não é crise? Ministro sai? Ministro fica? Declarações prós e contra!
Brasília pauta o restante do país. De certa forma, as decisões tomadas ou não, afetam a vida dos brasileiros, a exemplo da moral e os bons costumes. Sim, bons costumes. Em meio a uma avalanche de escândalos e crises política e econômica, um grupo de deputadas se sentindo incomodadas com o uso indiscriminado de minissaias e decotes na Câmara, quer lançar projeto para coibir a indecência: uma espécie de código de vestimenta. Hilário! Andar com dinheiro público na calcinha, pode; com decote, não!
A pérola da semana ainda vai repercutir por muitos dias, devidamente protagonizada por nada menos que a mãe do PAC, programa que se encontra travado no momento. A presidente Dilma em discurso ao MST, no Rio Grande do Sul, reconheceu que demorou perceber que a crise é mais grave do que imaginava. Como assim, não imaginava? Onde ela estava durante esse tempo?
A dança das intrigas balança o planalto: mais lenha para aumentar a labareda da fogueira foi colocada com a declaração do vice-presidente Michel Temer. Ele afirmou que com a baixíssima popularidade, será difícil a presidente Dilma Rousseff chegar ao fim de seu mandato. A reação foi imediata.
Por conta desse e outros tantos casos cresce o movimento oposicionista pró-impeachment no Congresso, dentro e fora de Brasília. Michel Temer e o seu PMDB preparam o tiro de misericórdia. Até quando a presidente Dilma e o PT vão resistir?
Palavras têm peso, e quem sabe disso, sabe que a memória é uma boa ferramenta para se rebuscar fatos que implicam com algo ou alguém na história em determinados contextos. Por exemplo, seis meses antes de deixar o comando do país, após dois mandatos consecutivos, Lula dava detalhes sobre sua sucessora, em entrevista a revista IstoÉ. Chegando a defini-la como um “animal político não trabalhado”. Animal que ele lapidou à sua imagem e semelhança. Faltando pouco mais de três anos e meio para o fim do segundo mandato de sua pupila Dilma Rousseff, o que aconteceu para que o país se desalinhasse politico e economicamente? Faz parte do planejamento de Lula, o adestrador de políticos?
Mesmo com seu nome aparecendo nas investigações da Polícia Federal, Lula, o herói nacional e pai dos pobres, ainda ostenta de prestígio e popularidade política, por conta desses e outros indicadores favoráveis, ele prepara mais um grande espetáculo: seu retorno à vida pública. Aí, residem algumas dúvidas: o país resistirá à permanência do PT no poder por mais quatro anos? O que totalizaria 20 anos. O PMDB e um imenso contingente de cidadãos insatisfeitos e decepcionados avaliam de que maneira a mais esse jogo de cena que a política nacional protagoniza?
Desafios à vista: mudança ou continuísmo? 
Eis a questão!


Por Haroldo Gomes

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