O país dos feriados
Há
tempos o calendário brasileiro vem sofrendo mudanças no que diz respeito ao
número de dias. A ação arbitrária na maioria dos casos se dá de forma isolada.
Para os adeptos, o ano só começa após o Carnaval, com isso, ficando menor, com apenas
10 meses e 20 dias. Isso mesmo! Embora seja do conhecimento de todos que o
calendário ocidental tenha 12 meses, ou 365 dias, com rara exceção em ano bissexto:
que ocorre a cada quatro anos, quando o mês de fevereiro ganha um dia a mais e
com isso passa a ter 29 dias.
A
premissa da redução de dias no calendário é defendida por pessoas que
demasiadamente gostam de enforcar dias da semana para que eles se tornem
feriados prolongados; isso quando eles não ocorrem naturalmente, como durante o
Carnaval. Com tempo de menos para produzir, há de se observar questões básicas,
como a relação do mundo do trabalho e o dinheiro para custear o consumo durante
os dias em que estiver parado, aproveitando, sem trabalhar. No meio disso tudo,
ainda tem aqueles que justificam o ato porque simplesmente Deus é brasileiro.
Feriado
é feriado! Nesse sentido, em média ao ano, entre os nacionais, estaduais e
municipais, além dos pontos facultativos, no Brasil são pelo menos 15. Se
somados aos 40 dias de primeiro de janeiro até o fim do Carnaval, são quase dois
meses sem fazer absolutamente nada. Nada contra os feriados. Pelo contrário, eles
fazem muito bem. Só que a avidez por eles não passam em muitos casos de exageros.
Prova disso que o Brasil ocupa o 7° lugar entre os países que mais têm feriados
no mundo.
Labutar
é preciso! Só para pagar impostos ao governo federal cada brasileiro
economicamente ativo tem que trabalhar 151 dias, ou cinco meses, durante o ano.
E aí que os quase dois meses sem fazer nada podem fazer falta no fim das contas.
Muitos até sem se perceberem defendem esses hábitos e dão suas parcelas de contribuição
para que o Brasil continue com staff de ser o país do Carnaval, do futebol, da
corrupção e do jeitinho brasileiro de ser.
Comumente
ouço pessoas elogiarem países desenvolvidos, como Japão e Canadá, seja pela
qualidade de vida, pelos altos salários, pela cultura etc. É bom destacar que nos
países desenvolvidos o termo feriado prolongado excessivamente não existe. Eles
cultivam fielmente a filosofia da formiga e ignoram a do cachorro. A primeira
trabalha de sol a sol armazenando o que pode para o período de inverno, para que
não lhe falte o essencial; já o cachorro desfila e exibe o quanto pode seu
osso, e quando se cansa, o enterra achando que ele nunca vai se acabar ou ser
descoberto pela concorrência.
Festa,
feriado, trabalho, tirar vantagens sobre os outros são ações inerentes à
cultura do homem contemporâneo. Porém, tudo na vida deve ser dosado e com moderação
para que o equilíbrio seja mantido e não nos tornemos um Manda Chuva, ou muito
menos acabemos como a personagem de Charles Chaplin, em o filme Tempos Modernos.
Ah!
O próximo feriado nacional prolongado ocorrerá dia 25 de março. Tá logo ali a
Sexta-Feira Santa, seguida da Páscoa, no domingo. Tempo de muitas festas e
comemorações entre as famílias cristãs católicas. Ovos de chocolates não
poderão faltar. É tradição! Um lembrete à saúde do bolso. Só de imposto sobre o
ovo de páscoa são recolhidos quase 40% para o governo. E poderia ser pior, tem
aumento do IPI sobre a iguaria, mas este só passará a valer a partir de maio. Ainda
sim, coma com moderação!
Em abril ocorrerá outro
feriado nacional, só que este será bom para os adeptos da Inconfidência, para
os que gostam de enforcar. Neste caso, é só colocar a corda no pescoço da sexta-feira,
já que 21 de abril caí na quinta, e aproveitar!## THO HG
Nenhum comentário:
Postar um comentário