terça-feira, 7 de junho de 2016

CRÔNICA DA SEMANA_30_05_2016_THO HG

É ouro, Brasil? 

O sonho de todo país é sediar os Jogos Olímpicos. De seus atletas poderem estufar no peito, no lugar mais alto do pódio, a conquista de uma ou mais medalhas. Sejam elas ouro, prata ou bronze. A vez do Brasil chegou! Porém, antes mesmo do fogo olímpico acender a pira, o que simboliza o início das competições, uma modalidade já acumula medalhas no quadro geral, à frente dos demais concorrentes.
A modalidade não é nova, mas os ‘atletas’ vêm aprimorando a técnica continuamente e se destacando. Prova disso que a cada novo assalto o recorde de tempo é registrado. Estamos vulneráveis. Eles, então, aproveitam para subtrair nossos bens. A mira preferida é o celular. Para eles é medalha que vale ouro.
A triste façanha não é garantia de maiores prêmios, muito menos de entrar para as estatísticas policiais. São tantos, em toda parte, a qualquer hora do dia ou da noite, que a maioria das vítimas sequer chega a formalizar boletim de ocorrência.
A qualidade técnica dos atletas evoluiu nos últimos tempos, destaque para as equipes do revezamento em assaltos coletivos, ou arrastões. O local escolhido tenha ou não segurança, circuito interno de monitoramento. Nada, absolutamente nada, inibe suas incursões.
Toda essa bagagem tem levado o país a frequentar o ranking dos mais inseguros do mundo. Segundo a ONG americana Social Progress Imperative – que mede a qualidade de vida em 132 países - apontou o Brasil na 11ª colocação. O principal aspecto analisado é justamente a (in)segurança pessoal.
Outras modalidade também ganham destaque, como os roubos. Entre os demais países latinos, o Brasil conquistou a medalha de bronze ao ocupar a terceira colocação. À frente, apenas a Argentina e Bolívia. Tanto que é destaque no relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Que revelou que a taxa de roubos a cada 100 mil habitantes no Brasil é de 572,7. Claro que esse número é muito maior, já que muitos casos não são formalizados às autoridades policiais.
Maior que o prejuízo financeiro de quem tem bens roubados é a perda da vida, das sequelas deixadas quando sobrevive. Muitos atletas do crime agora investem na modalidade tiro ao alvo. Reagindo ou não, eles atiram nas vítimas, matam.

Assim como os esportes e seus praticantes, bandidos também são ídolos que influenciam o ingresso cada vez maior de jovens e adolescentes para a modalidade criminosa. Quanto à outra olimpíada e seus atores vão passar; e a nossa continuará numa gangorra sem fim. Em que nós, “patrocinadores” torcemos para que de alguma forma se não acabar, ao menos reduza, para que enfim possamos exercitar o direito de ir e vir. A prática dessa modalidade vale mais que ouro, Brasil!

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